Hospitais buscam saídas para evitar colapso na região

Aumento significativo de notificações da Covid-19 pode ampliar crise no sistema de saúde; cidades buscam apoio público e privado

Santa Casa de Lorena; cidades da região podem enfrentar superlotação e a falta de equipamentos de proteção (Foto: Rafaela Lourenço)

Wanessa Telles
RMVale

Diante do aumento de número de casos confirmados da Covid-19, hospitais referências do RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) podem enfrentar a superlotação e a falta de equipamentos de proteção individuais. Para inibir o impacto da pandemia e evitar o colápso, um grupo de empresas tem reforçado a estrutura hospitalar com materiais doados.

Com 503 casos confirmados até esta quarta-feira (29), a região tenta se estruturar para atender à demanda de pacientes. Para sanar as dificuldades com os EPI’s (equipamento de proteção individual), os hospitais têm apostado no apoio do setor privado, com anuncio de doações de empresas e ampliado o número de leitos.

Em Guaratinguetá, para garantir a segurança dos pacientes e colaboradores, o Hospital Maternidade Frei Galvão realizou uma série de mudanças no seu funcionamento. No Pronto Atendimento Adulto e Infantil e Unidades de emergência, o serviço é realizado separando pacientes sintomáticos respiratórios dos demais. Tratamentos oncológicos e hemodiálise estão sendo avaliados individualmente.

Foi disponibilizada a UTI e enfermaria para uso exclusivo de atendimento aos casos suspeitos e confirmados da Covid-19. O hospital disponibilizou outra UTI para casos de doenças não respiratórias.

O espaço da maternidade continua destinada às gestantes, assim como o Pronto Atendimento, serviço de apoio diagnóstico terapêutico e internação, mantém as portas abertas para auxiliar pacientes em geral.

No início de abril, as três maiores multinacionais (AGC Vidros e as alemãs Basf e Liebherr) instaladas no município, que chegou a oito casos confirmados, encaminharam EPI’s para o Frei Galvão, a rede de saúde municipal e a Santa Casa.

A Basf recebeu um pedido da Câmara para a compra de um túnel de desinfecção, que pode ser instalado nos hospitais Frei Galvão e Santa Casa. A iniciativa tem como espelho a medida colocada em prática pelo Hospital Espanhol, de Salvador-BA no último dia 22. O aparelho é uma estrutura de alumínio, com tubulação de PVC e bicos aspersores, que fazem o processo de nebulização e higienização. A empresa entrou em contato com o governo baiano. A cidade deve entregar novos leitos nesta semana.

Lorena – Com uma morte investigada e dez contaminações confirmadas (sendo duas pessoas internadas e uma fazendo o isolamento domiciliar), a cidade também busca condições para evitar quebra do atendimento.

A Santa Casa recebeu doação de máscaras de proteção, álcool em gel, roupas de cama e produtos de higienização de empresas da região. A cidade também ampliou sua estrutura para a criação de leitos, ao lado do Pronto Atendimento.

Cruzeiro – Sob intervenção municipal desde 2014, a Santa Casa de Cruzeiro contou com apoio da população para arrecadação de alimentos como macarrão, biscoito, leite e massa de tomate, para pacientes e colaboradores.

Segundo a executiva de atendimento do hospital, Vanessa de Oliveira Silva, foi criada uma entrada exclusiva para pacientes com sintomas gripais na cidade, que noticiou a confirmação da segunda morte por Covid-19, além de outros dez casos em tratamento. Cirurgias não urgentes foram suspensas para disponibilização dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo e uma nova UTI está sendo implantada, com mais dez leitos que estarão disponíveis em breve.

Prefeituras da região permanecem reforçando o isolamento social, com campanhas para o uso de máscaras ao sair de casa e procedimentos de prevenção à Covid-19. Atividades que envolvem aglomeração, seguem restritas. Como alternativa para suspensão das visitas nos hospitais, ações de acolhimento e suporte emocional são disponibilizados para pacientes e familiares.

 

 

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