Estado prorroga prazo de restrições na Ilha das Couves em Ubatuba

Visitação segue limitada a 531 pessoas por dia; ação tenta conter “invasão” de turistas durante a pandemia

Da Redação
Ubatuba

A Fundação Florestal, vinculada ao Governo do Estado, confirmou na última terça-feira (18) a extensão das normas restritivas de acesso à Ilha das Couves em Ubatuba. A medida busca continuar evitando danos ambientais e a superlotação de visitantes no ponto turístico.

Divulgado no site oficial da secretaria estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, o anúncio da Fundação Florestal revela que as atuais condições para visitação do atrativo natural, estabelecidas pela primeira vez em 4 de janeiro de 2020, serão estendidas até 31 de março de 2022. Assim, o acesso ao local segue limitado a 177 pessoas por vez, em faixas de horário (das 8h às 12h, das 12h às 15h e das 15h às 18h), totalizando 531 visitantes por dia. Cada grupo de turistas pode permanecer por apenas três horas no ponto.

Seguem também as regras de transporte de visitantes à ilha, que é dividido em três faixas de horários. Das 8h às 12h, é permitido apenas a atuação de barqueiros da comunidade da Picinguaba. Já no período das 12h às 15h, o serviço poderá, além dos barqueiros da Picinguaba, ser realizado por escunas de empresas turísticas dos bairros do Centro e Itaguá.

Das 15h às 18h, também estão autorizadas as atuações dos barqueiros das comunidades do Almada, Estaleiro, Picinguaba e Ubatumirim.

Além da Fundação Florestal, as ações de fiscalização no atrativo natural seguirão sendo realizadas pelas equipes da Marinha, Polícia Militar Ambiental e da secretaria de Meio Ambiente de Ubatuba.

Histórico – Inserida na área de proteção ambiental da Marinha do Litoral Norte, a Ilha das Couves começou a receber, a partir de 2017, um alto fluxo turístico após influenciadores digitais publicarem fotos do local nas redes sociais. Desde então, o ponto passou a registrar superlotações, principalmente durante o Verão.

Depois de denúncias sobre degradação ambiental no atrativo, provocada principalmente pelo lixo deixado pelos visitantes, o MPF (Ministério Público Federal) abriu uma investigação em junho de 2019. Na sequência, os técnicos do órgão constataram no local, além da falta de controle sobre o número de embarcações que transportavam turistas, danos provocados na vegetação e no equilíbrio do ecossistema marinho.

Buscando reverter o cenário, o MPF cobrou que o Estado adotasse medidas de restrição. Já em dezembro de 2019, a Fundação Florestal ordenou que a Prefeitura de Ubatuba alterasse as normas de acesso ao ponto.

Após reuniões com a comunidade caiçara do Picinguaba, que fica próxima à Ilha das Couves, o Executivo anunciou uma série de regras de visitação à ilha. Colocadas em prática pela primeira vez entre 4 de janeiro e 31 de março de 2020, as normas entraram novamente em vigor em 9 de outubro do ano passado com validade até 31 de março de 2021.