Em apenas 11 dias, Ubatuba registra segundo caso de ataque de tubarão
Turista de 79 anos sofre ferimento profundo na Praia Grande; aumento de casos é investigado por especialistas
Lucas Barbosa
Ubatuba
Causando preocupação em turistas e moradores de Ubatuba, a cidade litorânea registrou no último fim de semana o segundo ataque de tubarão em menos de duas semanas. A nova vítima foi uma idosa de 79 anos, que sofreu um ferimento profundo numa das pernas.
Confirmado pelos especialistas do Instituto Argonauta e da Unesp (Universidade Estadual Paulista) nesta quinta-feira (18), o novo ataque de tubarão foi registrado na tarde do último domingo (14) na Praia Grande. Natural da cidade de Piranguinho, Minas Gerais, a turista relatou aos socorristas, que estava no mar quando sentiu uma queimação e uma forte dor na região da coxa. Ao sair da água e constatar o ferimento, a idosa pediu ajuda, sendo encaminhada pelo Corpo de Bombeiros à Santa Casa. Na unidade, os médicos saturaram o ferimento, que tinha uma extensão de 25 centímetros, e na sequência liberaram a paciente.
Após analisar o relato e imagens da perna da vítima, o doutor em Ciências Biológicas e professor da Unesp, Otto Bismark Gadig, confirmou nesta quinta-feira que a turista sofreu um ataque de tubarão de médio ou grande porte, possivelmente das espécies tigre ou cabeça-chata. A presença de ambas as espécies é comum no litoral paulista, já que elas buscam a região em busca de áreas adequadas para a reprodução e para se alimentarem de peixes de médio porte.
Este foi o segundo ataque registrado em Ubatuba em um intervalo de apenas 11 dias, já que um turista francês, de 39 anos, teve a perna mordida por um tubarão na tarde do último dia 3, na Praia do Lamberto. O estrangeiro sofreu um ferimento de cerca de dez centímetros na região do tornozelo e foi encaminhado à Santa Casa de Ubatuba, onde recebeu um curativo. O ataque do animal marinho só foi confirmado por especialistas no último dia 9.
De acordo com o Instituto Argonauta, Ubatuba não registrava casos assim com tubarões há mais de trinta anos. Após os episódios recentes, os pesquisadores Instituto Argonauta e da Unesp iniciarão um estudo para tentar compreender o aumento da incidência de registros.
