Doria Prorroga quarentena em até fim de maio

Isolamento social poupou mais de quarenta mil vidas desde 24 de março, quando a medida foi adotada em São Paulo

Equipe de saúde de Doria, durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes; Estado prorrogou a quarentena até dia 31 (Foto: GESP)

Marcelo Augusto dos Santos
RMVale

O governo João Doria (PSDB) prorrogou a quarentena em todo o estado até o próximo dia 31. O anuncio foi nesta sexta-feira, no Palácio dos Bandeirantes. No final de abril, Doria havia anunciado o Plano São Paulo que iria flexibilizar a quarentena e dar início a retomada econômica caso a população respeitasse o nível de isolamento em 50%.

Mas com a taxa em 47% segundo, de acordo com o Simi-SP (Sistema de Monitoramento Inteligente), o tucano definiu por mandar as regras colocadas em prática desde março. Em todo estado, o número de infectados vem crescendo e número de mortes já passa dos três mil. Na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), as confirmações chegaram a 815, com 41 mortes.

“Teremos que prorrogar a quarentena até o dia 31 de maio. Queremos, sim, em breve juntos poder anunciar a retomada gradual da economia como, aliás, está previsto no Plano São Paulo. A experiência de outros países, e nós temos utilizado essas experiências aqui, mostra claramente o colapso da saúde e, quando isso acontece, paralisa tudo”, destacou Doria.

Segundo o médico Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, o isolamento social poupou mais de quarenta mil vidas desde 24 de março, quando a quarentena foi adotada em São Paulo.

“Nós podemos chegar entre 9 mil e 11 mil mortos. Isso considerando 55% de afastamento social. Se isso for menor, obviamente que esses números serão piores. Essa curva tem que ser analisada diariamente. (…) “Nesse momento, o que não pode acontecer é que essa taxa de contágio suba, e essa taxa de contágio subirá inevitavelmente se a taxa de redução da mobilidade social cair. Se isso fosse em torno de 30%, a curva teria uma inclinação íngreme e nós estaríamos diante de uma situação muito difícil de ser enfrentada”, afirmou Covas.

Outra preocupação é com relação à ocupação de leitos de UTI, que já chegou a 90% na capital. Já no estado o número é de 70%. A RMVale, as prefeituras tem buscado condições financeiras e estruturais para ampliar a estrutura. Quatro cidades da região seguem como destaque no índice de isolamento social até a última quarta-feira: São Sebastião (62%), Ubatuba (60%), Lorena (59%) e Cruzeiro (57%).

A programação de Doria era de que as cidades chegassem a pelo menos 50% para garantir a flexibilização. O mesmo levantamento aponta 47% de isolamento no acumulado das 645 cidades paulistas.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?