Com índices preocupantes, cidades da região entram em alerta contra a dengue
No Litoral Norte, Caraguatatuba registra aumento de 190% dos casos da doença; municípios intensificam após contra mosquito
Andréa Moroni
RMVale
O verão chegou e com ele a temporada das chuvas. Com a nova estação aumenta também o registro de casos de dengue. Até dezembro, o Ministério da Saúde registrou 978 mortes pela doença no país. O número superou o resultado dos últimos seis anos em 400%.
Só no estado de São Paulo foram 156 mortes no mesmo período. Em todo o ano passado, foram 63 mortes no estado, ou seja, menos da metade das mortes nos cinco primeiros meses deste ano. Em 2020, foram 144 mortes por dengue.
Na região do Vale do Paraíba e Litoral Norte, os casos de dengue também cresceram em relação a 2021. Os casos registrados em Caraguatatuba tiveram um aumento de 190% neste ano. O município registrou, até o momento, 209 casos positivos para a doença, ultrapassando todo o ano de 2021, quando foram registrados 72 casos.
Em Caraguá, na quarta ADL (Avaliação de Densidade Larvária) de 2022 o índice obtido foi de 1,1%, considerado em situação de alerta para o risco de contaminação pelo mosquito Aedes aegypti. O ideal é que o índice esteja sempre abaixo de 1%.
Cruzeiro – A Vigilância Epidemiológica de Cruzeiro recebeu esse ano 95 notificações de casos da doença, sendo 14 confirmados. Em 2021, foram 163 notificações, com 14 casos confirmados. Na última ADL, o índice foi de 1.2, que foi considerada relativamente boa para a cidade, segundo Nicholas Marucco, diretor de Serviços de Saúde. “Esse número é razoável para estação chuvosa, principalmente numa cidade que já tem histórico de muitos casos”.
O diretor informou que a cidade realiza as visitas casa a casa e em locais estratégicos. “Nesse ano já finalizamos o quarto ciclo das visitas, então a cobertura de todas as casas foi feita quatro vezes esse ano”.
Guaratinguetá – O número de notificações de casos de dengue subiu de 2021 para 2022. Em 2021 foram 173 notificações de dengue em Guará, com 29 confirmados. Nesse ano, foram 280 notificações, sendo 47 confirmados. A última ADL registrou o índice de 3.5, considerado estado de alerta.
Na cidade, uma ação coordenada entre várias secretarias: Obras, Mobilidade Urbana e Meio Ambiente trabalham no controle do mosquito Aedes aegypti.
Lorena – A Vigilância Epidemiológica de Lorena registrou uma estabilidade no número de casos de dengue entre 2021 e 2022. Em 2022, foram 189 notificações, com nove casos positivos. No ano passado foram 212 notificações, com nove casos positivos. A última ADL registrada em outubro foi de 1.4, número considerado de atenção na classificação.
Segundo a Vigilância Epidemiológica, a atividade de pesquisa realizada em cada imóvel da cidade é a operação mais importante no controle de Aedes aegypti para evitar uma epidemia, sendo realizada por todo o ano, nas áreas de maior foco.
A enfermeira Erica Carvalho, da Vigilância Epidemiológica, disse que o setor está em alerta. “O controle de Vetores está promovendo ações para evitar o aumento de casos, porém precisamos muito da colaboração e conscientização da população em relação aos cuidados com domicílios, estabelecermos e terrenos. Alto risco é a partir de 4.0 da ADL”.
Cachoeira Paulista – A cidade também registrou estabilidade no número de casos nesses dois últimos anos. Segundo a Vigilância Epidemiológica, foram 15 casos em 2021 e também 15 em 2022. Apesar da estabilidade, a situação em Cachoeira não é de tranquilidade. A última ADL foi de 2.59, considerado estado de alerta.
Segundo a enfermeira Valdelice Tavares, diretora da Vigilância em Saúde, a cidade realizou ações que envolveram todas as secretarias do Município, entidades e instituições. “Realizamos retirada de entulhos dos bairros, nossos agentes de endemias entregaram orientações para os moradores. Fizemos o ‘Casa a Casa’ nas regiões com maior risco e também na Canção Nova, que recebeu o Hosana Brasil (evento religioso de final de ano, que costuma receber grande público)”.
