Câmara de Ubatuba adia liberação de empréstimo de R$ 10 milhões a Sato
Vereadores atendem pedido de manifestantes; financiamento busca recursos para obras de saneamento básico
Lucas Barbosa
Ubatuba
Após pressão popular, a Câmara de Ubatuba adiou na última sessão a votação do projeto do prefeito Délcio Sato (PSD) que solicitava autorização para um empréstimo de R$ 10 milhões junto à Caixa Econômica Federal. De acordo com a proposta do Executivo, os recursos seriam utilizados em obras de saneamento básico.
Com apitos e cartazes, um grupo de cerca de trinta moradores protestou no plenário contra o financiamento. A mobilização foi organizada através das redes sociais.
Durante a manifestação, o vereador, Reginaldo de Matos, o Reginaldo Bibi (MDB), sugeriu o adiamento da votação do projeto. O pedido foi atendido pelos colegas por unanimidade.
Além de justificar a solicitação, o parlamentar ressaltou que a Câmara deverá analisar com mais cautela o financiamento, já que no fim de 2018 foi aprovado um empréstimo de R$ 20 milhões para obras de recapeamento asfáltico no município, sendo que desde o início do ano alguns motoristas questionam qualidade do serviço. “É necessário dar uma analisada com mais critério a esse pedido. Vou conversar com a população e com as bases. Fui fiscalizar ruas, agora no bairro Silop e vi gente medindo espaço asfaltado, verificando sua qualidade”.
O vereador José Roberto Junior (Podemos) também ressaltou a importância do adiamento. “O melhor caminho é que se preste conta primeiro dos R$ 20 milhões já liberados. O prefeito está bem intencionado, mas a conta a pagar não é dele e dos vereadores, mas de todos os moradores com seus impostos. Temos que ver qual o tamanho dessa conta no futuro, não sabemos quem será o prefeito a arcar com o pagamento desse novo empréstimo”.
O presidente da Câmara, Silvio Brandão (PSDB), deverá anunciar no início da próxima semana a data da sessão extraordinária para a votação do projeto.
O Jornal Atos solicitou um posicionamento da Prefeitura de Ubatuba sobre o caso, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta havia sido encaminhada.