Com 159 casos de Covid-19, resistência ao isolamento em Piquete gera preocupação
Prefeitura aponta falta de colaboração da população em aderir o isolamento social e ressalta baixa estrutura hospitalar para atendimento
Wanessa Telles
Piquete
Com o atual cenário da pandemia do novo coronavírus e baixa estrutura hospitalar, Piquete tem focado a preocupação com a estrutura das unidades de saúde referência na região para atendimento dos pacientes da cidade. Apesar do crescente número de infectados pela Covid-19 e leitos ocupados nos hospitais, a Prefeitura tem encontrado dificuldade na conscientização da cidade e aponta irresponsabilidade por parte dos moradores.
A cidade, que conta com apenas um pronto atendimento com dois respiradores recebidos no final do mês de julho pelo Governo do Estado, contabilizou 159 casos confirmados, 88 suspeitos e 5 óbitos. Foram 97 casos em menos de um mês.
Com postagens diárias em seu perfil no Facebook, a prefeita de Piquete, Teca Gouvêa (MDB), apresenta o avanço dos números da cidade, sempre utilizando a frase “Fique em casa! Use máscara!” Mas com a presença de pessoas nas ruas e flagrantes da falta do uso de máscaras, ela lamentou a falta de compreensão dos moradores e ressaltou que, por falta de estrutura hospitalar, conta com unidades referência para atendimento como Lorena, Guaratinguetá e Taubaté, onde os leitos já estão ocupados. “Piquete não tem hospital. A dificuldade é manter as pessoas isoladas. Nós orientamos para que as pessoas fiquem em casa e só saiam em casos de necessidade com o uso de máscara, mas elas não levam a sério”, frisou a prefeita, que lembrou a dificuldade estrutural até mesmo para fiscalizar a obediência às normas contra a Covid-19. “Não tem como colocar fiscalização, até porque não temos pessoas para fazer isso e então fica complicado. O isolamento que é o principal fator para ajudar nesse processo não tem conscientização da população”, lamentou.
Flexibilização – Mesmo com a aprovação para que as cidades da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) possam avançar para a fase amarela (fase 3) do Plano São Paulo, que possibilita flexibilização, Piquete segue na fase laranja, com maior rigor quanto às restrições. A medida foi confirmada em decreto publicado nesta semana, após o aumento de contaminações.
Desde o início do mês de março, a secretaria de Saúde mantém as orientações para que os moradores permaneçam em casa e utilizem atendimento delivery para compras de alimentos em restaurantes, supermercados, açougue, serviços de banho e tosa e outros atividades que podem ser encontradas no site da Prefeitura, o piquete.sp.gov.br. A cidade também contou com higienização das vias públicas no mês de julho, executadas por meio de parcerias com pelo 5º BIL (Batalhão de Infantaria Leve) e a rede Farma Conde.