Uso obrigatório de máscaras é tema de apelo na Câmara de Lorena

Com votação dividida, vereadores aprovam pedido de mais rigor na cidade; prefeito aguarda Estado para se posicionar

Fila em Lotérica no Centro de Lorena mostra poucos utilizando máscaras; Prefeitura aguarda novos passos de João Doria (Marcelo A. dos Santos)

Rafaela Lourenço
Lorena

Enquanto municípios da região reforçam as ações de combate e prevenção ao novo coronavírus, a Câmara de Lorena aprovou uma moção de apelo solicitando um decreto do Executivo para obrigar o uso de máscaras de proteção e o distanciamento mínimo na cidade. Cruzeiro, Guaratinguetá, Potim, Aparecida e Pindamonhangaba implantaram ações no mesmo sentido.

A moção, de autoria do vereador Anderson Aparecido Pinto, o Careca da Locadora (PSDB) foi aprovada por oito votos contra quatro, dos parlamentares, Élcio Vieira Junior, o Elcinho (PSB), Waldemilson da Silva, o Tão (DEM), Lúcia da Saúde (PRB) e Samuel de Melo (PSD), na sessão da última quinta-feira.

Para o autor do pedido, a prevenção ainda é a melhor forma de combater essa pandemia. Na tribuna, Careca defendeu o documento utilizando outros municípios como exemplo e ressaltou a possível crescente do fluxo de pessoas nas ruas após a flexibilização do comércio que deve seguir as atualizações estaduais, a partir do dia 11. “Não sei se todos acompanharam a fila na Caixa Econômica, chegou a fechar a rua o pessoal para receber o benefício (Auxílio Emergencial de R$ 600 do governo Federal). Se tivessem duas pessoas ali contaminadas, quantas pessoas não contaminariam ali? Essa é a nossa preocupação”, frisou.

Segundo Lúcia da Saúde, a justificativa de votar contrariamente se baseia nas pessoas que não têm condições financeiras para adquirir o material. Ela garantiu que é a favor do uso das máscaras. “Gostaria que se tivesse algum empresário que pudesse estar doando essas máscaras eu seria totalmente favorável. Eu trabalho na saúde, só que por decreto, poderemos ter multas e nossa população já não tem condições, já não aguenta mais”.

Careca retornou à tribuna para defender o decreto e explicou que parte da população tem condições de adquirir o material, mas não utiliza por falta de legislação e fiscalização. “Muitos não têm condições de comprar, mas ai já é outro assunto. Aí vemos a possibilidade junto a Prefeitura, junto ao comércio, até mesmo aqui nós da Casa de Leis estar vendo para estar doando máscaras para essas pessoas. Não podemos brincar com assunto tão sério”, salientou o parlamentar.

De acordo com o vereador, paralelo ao decreto, a Prefeitura poderia analisar formas de atender a demanda mais vulnerável da cidade, como Cruzeiro que anunciou a distribuição de dez mil máscaras nesta semana.

Por outro lado, o prefeito Fábio Marcondes (sem partido) que sugeriu a utilização das máscaras no decreto municipal 7.409, preferiu não se pronunciar sobre a moção por ainda não tê-la recebido na Prefeitura. O chefe do Executivo frisou ainda que a adesão da população ao uso das máscara é grande e que não há uma necessidade de imposição. “O poder público não tem direitos legais de definir que as pessoas ao sair nas ruas tinham que usar máscara, só dentro do comércio”.

Marcondes garantiu que se manifestará sobre o assunto no dia 8, após as alterações que devem ser anunciadas pelo Estado com validade a partir do próximo dia 11. “Ali vamos completar se precisar alguma coisa, mas a recomendação foi dada”.

 

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