UPA Lorena completa 25 anos com casa cheia e pedido de ajuda para manter trabalho
Com 220 cães abrigados, entidade auxilia Município a encontrar lar para animais encontrados em ocorrência de violência doméstica e abandono
Andréa Moroni
Lorena
Além de cruel e desumano, abandonar animais nas ruas é crime e quem cometê-lo deve ser punido com prisão, multa e perda da guarda do animal, de acordo as leis vigentes. Mesmo assim, não são poucos os retalhos e flagrantes de maus-tratos. Em Lorena, a UPA (União Protetora dos Animais) trabalha há 25 anos para tentar amenizar os índices de animais, vítimas de descaso.
Mantida por doações e raras verbas públicas, a entidade possui sede própria e luta por manter uma estrutura boa para os animais.
O artigo 32 da lei 9.605/98 determina detenção de três meses a um ano e multa a quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos ou realizar experiência dolorosa ou cruel em animal vivo. A punição é aumentada de um sexto a um terço se ocorrer morte do animal.
Já a lei estadual 16.308/16 prevê proibição da guarda do animal e de outros para aquele que maltratar animais domésticos, e só após cinco anos, a contar da data da violência, o agressor terá o direito à guarda novamente. O prazo é reiniciado se o indivíduo for reincidente.
Apesar de ser crime, é comum encontrar pelas ruas das cidades, animais soltos, abandonados, muitas vezes machucados, doentes e com fome e sede. Várias organizações não governamentais, associações já foram criadas para acolher esses animais, mas a demanda é sempre muito maior que a oferta.
Esse é o obstáculo diário enfrentado por ações e grupos como a UPA. “Em 2022, graças a uma verba conseguida pelo vereador Bruno Lorena (PSDB), enviada pelos deputados Márcio Alvino (PL) e André do Prado (PL), a UPA foi reformada, principalmente a casa do caseiro, canis reformados e reconstruídos devido às chuvas que atingiram a cidade e um dos lugares muito afetado foi a UPA”, contou a presidente da instituição e ativista da causa animal, Paola Giordani.
A UPA se mantém por meio de seus associados e eventos, que são realizados durante todo o ano, como venda de pizzas, rifas, bingos e bazares. “Não recebemos verba municipal. Nós temos ajuda de amigos que confiam no nosso trabalho voluntário. Somos um grupo de amigos que se uniu para tentar amenizar o sofrimento de animais em situação de rua”, explicou a protetora.
No mês de dezembro, a Polícia Ambiental foi acionada para acompanhar uma ocorrência de cárcere privado, na Vila Hepacaré, em Lorena. Um homem mantinha a companheira e dois filhos, isolados em casa, com sessenta animais (quarenta cachorros e vinte gatos), mal tratados. “A Prefeitura nos pediu ajuda. Retiramos e internamos por nossa conta em clínicas particulares os animais em estado mais grave. Infelizmente dois morreram pois estavam em estágio avançado de cinomose. Os outros estão sendo cuidados em locais separados com nossa ajuda”, revelou. “São animais que precisavam ficar em quarentena pois tiveram contato direto com a cinomose. Esperamos agora que sejam castrados e liberados para adoção”, contou Paola.
A UPA abriga atualmente 220 cães e não tem condições de receber todos os animais que foram retirados da casa. “É impossível colocar mais 38 de uma hora para outra. Não temos estrutura pra isso. A população pode ajudar, doando ração, material de limpeza e, principalmente, adotando nossos abrigados porque quando um cão é adotado, abre vaga para salvarmos mais um que está na rua”.
Paola disse que durante a pandemia da Covid-19, muitas pessoas se sentiram sozinhas, trabalhando em casa e, por impulso, adotaram animais. “Esse ano, com a volta à normalidade, percebemos um aumento do abandono, não só no final do ano”.
É possível auxiliar a UPA neste trabalho. A entidade recebe doações através do PIX: CNPJ 02.350.440/0001-02. A conta é Banco do Brasil, agência 0857-5, C/C 38497-6. Mais informações sobre o trabalho podem ser acessadas no site upalorena.com.br.
