Moradores questionam demora por atendimento e Ambulatório SUS vira incerteza em Lorena

Impasse com renovação de contrato é cena repetida na cidade; Prefeitura alega normalidade nos serviços

Ambulatório SUS de Lorena, que é tema de questionamentos da população; demora em atendimento médico gera reclamações (Foto: Gabriel Mota)

Rafaela Lourenço
Lorena

Com uma fila de espera de aproximadamente quatro mil pacientes, Lorena segue com a incógnita: o Ambulatório SUS na Santa Casa está ativo ou paralisado? A Prefeitura garante normalidade enquanto o hospital confirmou que os atendimentos estão suspensos.

O ambulatório, que desde 2018 dá suporte à Atenção Básica com 14 especialidades como pediatria, anestesia, reumatologia, ortopedia e ginecologia, teve o convênio finalizado em dezembro. Apesar do contrato de 2021, com vigência de três meses, para auxiliar na diminuição da fila de espera por consultas e exames, a secretaria de Saúde afirmou que o serviço segue com um aditivo e atendendo a população.

O secretário de Saúde, Adailton José Pinto, negou que haja uma paralisação dos serviços e afirmou que até o final de janeiro o contrato deva ser renovado. “Não tem nada parado não. Nossa expectativa é de que neste mês a gente conclua esse trabalho com uma melhor definição com a pretensão não termos essa fila de espera como ficou no ano passado”, frisou.

Por outro lado, o superintende da Santa Casa, Dario Costa, contrariou a informação da Prefeitura afirmando que, apesar das tratativas para renovação, o convênio foi finalizado em dezembro de 2021, ou seja, ano de 2022 foi iniciado sem o recurso e a mão de obra para atender a população. “Neste período (outubro a dezembro) foram realizados 6.908 atendimentos com absenteísmo de 35%. As especialidades que mais tiveram atendimentos foram oftalmologia, cirurgia geral e clínico geral”, explicou Costa, que destacou ainda que uma nova proposta será apresentada à Prefeitura nesta semana, para dar continuidade aos atendimentos.

Com ou sem ambulatório, pacientes seguem aguardando por atendimento, como a diarista Gilmara Osório, moradora do Brisas do Campo. Ela está há mais de quatro meses aguardando por exames como ultrassonografia abdominal. “Preciso passar por cirurgia. Está marcado para eu fazer ultrassom e até agora não consegui. Já estive no posto de saúde, me falaram que está em falta. Uma hora o médico pegou Covid-19, outra hora o rapaz que faz a ultrassom também estava com problema de Covid, e até agora não resolveu nada. Não ligam pra gente”.

Além do surto de gripe no município, que aumentou a demanda de atendimentos na saúde pública, a alta de absenteísmo também atrapalha os serviços. Com a falta a exames e consultas sem justificativa ou comunicado prévio, o paciente prejudica outro morador que esteja aguardando pelo mesmo procedimento.

O Jornal Atos procurou novamente pelo secretário Adailton Pinto para esclarecer a informação sobre o ambulatório, mas nenhuma resposta foi enviada até o fechamento desta matéria.

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