Ex-funcionários da Dental Prev temem tomar calote em Lorena

Trabalhadores cobram pagamento de salários e direitos; possível fechamento preocupa categoria

Funcionários se reúnem em frente à Dental Prev, em protesto realizado em 2014; trabalhadores temem tomar calote com o possível fechamento da empresa (Foto: Arquivo Atos)
Funcionários se reúnem em frente à Dental Prev, em protesto realizado em 2014; trabalhadores temem tomar calote com o possível fechamento da empresa (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Lorena

Há quase três anos aguardando uma solução, ex-funcionários da Dental Prev, instalada em Lorena, temem levar um calote devido ao possível fechamento da empresa. Os trabalhadores cobram o pagamento de salários atrasados e direitos trabalhistas que não foram respeitados pela empresa.

Alegando problemas financeiros, a gerência da Dental Prev, fabricante de produtos de higiene pessoal, demitiu cerca de cem funcionários no final de 2013. Na época, os trabalhadores realizaram uma manifestação em frente à empresa, localizada no Parque Mondesir, para protestarem contra atrasos salariais, baixo valor do fundo de garantia e a demora na baixa das carteiras de trabalho.

De acordo com o representante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Lorena e coordenador da Força Sindical do Vale do Paraíba, Luiz Carlos da Silva, na época, através de uma ação coletiva, os trabalhadores entraram na Justiça contra a Dental Prev. Na decisão judicial, a empresa foi condenada a penhorar a estrutura da fábrica, para que o dinheiro fosse empregado para quitar as dívidas trabalhistas. “A categoria já fez tudo que estava em seu alcance jurídico, mas infelizmente até agora a empresa não solucionou o caso. Já tentamos entrar em contato inúmeras vez com o proprietário da empresa, Antônio Eduardo Durigan, mas infelizmente ele não nos atende”.

Nesta semana, uma informação extraoficial de que a empresa estaria fechando as portas e “sumindo” com o maquinário, preocupou os ex-funcionários. Alguns utilizaram as redes sociais para protestarem sobre o caso.

Revolta – A ex-funcionária da Dental Prev, Tatiane Cardoso, 32 anos, que trabalhou cerca de um ano e meio na empresa, ressaltou o sentimento de indignação dos trabalhadores. “No acordo foi definido que eu tinha direito à receber R$ 9 mil, mas a Dental não cumpriu com a palavra. Meu fundo de garantia foi muito abaixo do que era o certo pela lei, além disso eles não pagaram as horas extras e pernoites. No final, acabei descobrindo ainda que nem o meu INSS eles estavam depositando”.

Outra ex-funcionária, que pediu para que sua identidade fosse preservada, devido seu processo trabalhista ainda não ter sido julgado, afirmou que teme que todos os trabalhadores sejam vítimas de um calote. “Pelo que nos foi passado, o dono da empresa mandou tirar todo o maquinário e a fábrica pode ser fechada de vez ainda neste mês. Tememos que eles continuem não respeitando o que a Justiça determinou e os trabalhadores sejam ainda mais lesados. É lamentável essa situação que tem prejudicado a vida de dezenas de famílias humildes.

Outro lado – Assim como em duas oportunidades em 2014, nenhum responsável pela Dental Prev foi localizado para comentar o caso.

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