Esperado para novembro, Eco Valle tem 52% de lojas confirmadas em Loren

Grupo entrega chaves para lojistas de grandes redes; shopping deve gerar cerca de três mil empregos

Francisco Assis
Estéfani Braz
Lorena

Umas das apostas de Lorena para expansão comercial, em meio a crise econômica nacional, o Shopping Eco Valle chegou à reta final no processo de implantação. Na noite da última quarta-feira, um evento marcou a entrega simbólica das chaves às empresas já garantidas no empreendimento.

O anúncio da construção do shopping, em agosto de 2012, chamou a atenção de vários grupos, entre eles grandes redes como a Marabraz. O grupo, que já possui unidades em Guaratinguetá e Taubaté (onde acertou uma segunda loja nesta quarta-feira), decidiu fazer parte das marcas integradas ao shopping quando o projeto estava ainda em terraplanagem.

“Logo quando fomos convidados para conhecer a área, ainda em terraplanagem, decidimos fazer parte, acreditando no empreendimento. Já estamos na região e agora confiantes aqui também”, exaltou o supervisor regional da Marabraz, Edilson Brasilino da Silva.

Negociações como o acerto com a Marabraz elevou o otimismo do grupo mineiro SFA (São Francisco de Assis), administrador da rede Eco Valle, com a planta de Lorena.

O presidente do SFA, Estevam Duarte de Assis, destacou que os primeiros passos do empreendimento mostraram acerto no investimento, com números positivos nas duas primeiras marcas parceiras do shopping, Havan e Spani Atacadista. “Eles começaram muito bem. O Spani obteve um faturamento 50% maior que o esperado. Já a Havan, nem queria vir, só vieram na ‘chantagem’ e agora estão faturando muito bem”, brincou.

O shopping já conta com 52% de seu espaço negociado. Os grupos que já definiram presença no Eco Valle de Lorena poderão agora iniciar as obras de implantação de suas lojas.

Parte delas seguiram a projeção do grupo SFA, que espera inaugurar o shopping no dia 14 de novembro, aniversário de Lorena. É o caso da Play Zone Park Games, loja especializada em equipamentos de diversão eletrônica, com foco em recreação infantil. “Sabemos que a região tem potencial enorme. As obras da Play Zone começam em setembro e a contratação de funcionários em novembro”, contou o proprietário da Play Zone, Danilo de Souza.

O superintendente do Eco Valle Shopping Lorena, Cristiano Fonseca, disse que outros grupos seguem em conversa com o Eco Valle, com expectativa de acerto em pouco tempo.

A crise econômica que assola o País não afetou as projeções do SFA. Fonseca destacou que não há receio no investimento, já que os empreendedores parceiros parecem ter “comprado” a ideia de crescer em meio a maré de pessimismo no mercado. “Estamos indo na contramão. Para a gente existe oportunidade e não crise. Vemos assim em Lorena e acreditamos muito nessa cidade, aliás, apostando na região. Estamos na Via Dutra, onde num raio de trinta quilômetros, há mais de 500 mil habitantes, fora o turismo forte que temos aqui”, frisou.

Apesar de “remar contra a maré”, o SFA não acredita que deve iniciar os trabalhos em novembro com todas as cotas negociadas. O coordenador de shoppings do grupo Gladson Andrade, destacou que a recepção da ideia do novo shopping foi bem aceita, mas a crise deve manter o receio em parte do cenário regional. “Na inauguração, não teremos todos os espaços locados, pelo momento do País, mas a nossa expectativa é muito boa. Temos propostas interessantes e muitas negociações ainda”, salientou Andrade, que, sem citar o nome da empresa, revelou que está próximo de fechar com uma rede de renome nacional. “Uma (empresa) que ainda não lançamos oficialmente (até quarta-feira), mas que já podemos falar é a Burger King, assim como a Madero Restaurante, de Santa Catarina”

O Eco Valle – Do projeto inicial foram mínimas as alterações (a única destacada pela diretoria foi a retirada de uma âncora, substituída por uma rede de boliche), e o shopping de Lorena segue como o carrochefe da cidade na busca por aceleração comercial e econômica. Com 76% de sua ABL (Área Bruta Locável) já locada e 52% da quantidade de lojas definidas, o empreendimento deve gerar entre 2,5 mil e 3 mil empregos.

Com um investimento para a construção orçado em R$ 100 milhões, o shopping, às margens da Rodovia Presidente Dutra, ocupa uma área de 319 mil metros quadrados, com espaço para 118 lojas e 2,4 mil vagas de estacionamento.
Além de marcas de departamentos, o complexo do shopping contará com quatro salas de cinema, jogos e ainda um hotel da rede Ibis.

Ausência de cidades vizinhas e figuração da Acial marcaram evento do Eco Valle

Francisco Assis
Lorena

O evento que marcou a entrega simbólica das chaves aos empresários que confirmaram trabalho no shopping Eco Valle contou com a participação de grupos parceiros e interessados. Mas a ausência de representantes de poderes administrativos da região foi sentida, assim como a fraca participação de entidades de mercado, como associações comerciais.

No galpão de entrada do shopping, o tapete verde escuro que aguardava os convidados foi pisado por empresários que iniciarão as obras para a implantação das redes confirmadas no Eco Valle. Outros aproveitaram o evento para discutir parcerias. Já o cenário político parece não ter levado em conta a importância do evento, que deu início à fase final do empreendimento, que foca o cenário regional, combalido pela crise econômica.

Da cidade sede do shopping, o prefeito Fábio Marcondes (PSDB) compareceu e participou de pequenas rodas de discussões com empresários. Além do chefe do Executivo lorenense, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turístico de Lorena, Gustavo Rodrigues e os vereadores da cidade Luiz Fernando de Almeida (PSDB), PM Souza (PPS) e Marcos Ramos (PP) também compareceram.

Já as cidades vizinhas passaram em branco, mesmo com a ênfase dada à região, durante a fala de membros da diretoria do grupo SFA (administrador do Eco Valle Shopping) sobre o foco do investimento. “Nossa localização na Dutra, mostra como estamos pensando. Nosso shopping é regional. Estamos num raio que abrange quinhentos mil habitantes. Acreditamos na região como um todo”, destacou o superintendente do Eco Valle Shopping, Cristiano Fonseca.

Se a expectativa é para que o shopping aqueça o comércio, as associações da classe parecem que ainda terão que se agasalhar até novembro, quando o empreendimento deve ser inaugurado.

Em meio ao cerimonial de apresentação dos projetos e dos nomes que farão parte do complexo do Eco Valle, passou em branco a presença de representantes da Acial (Associação Comercial Industrial de Lorena).

A “presença quase ausente” da associação fez figuração à entidades fora do mercado, como a Fazenda Esperança, instituição assistencial que cuida de dependentes químicos espalhadas pelo Brasil e exterior (o criador do projeto, Frei Hans, participou até mesmo do corte da “fita inaugural” da fase final de obras”), além do Centro Unisal, que teve participação com presença no púlpito.