Comissão parlamentar visita hospitais para estruturar atendimento de alta complexidade

Proposta quer classificar unidades de Cruzeiro, Lorena, Aparecida e Guará como hospitais estruturantes

Os deputados Gil Lancaster (à esquerda) e Padre Afonso Lobato, em visita à Santa Casa de Lorena (Leandro Oliveira)
Os deputados Gil Lancaster (à esquerda) e Padre Afonso Lobato, em visita à Santa Casa de Lorena (Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Lorena

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa esteve na região na última segunda-feira. O grupo visitou as Santas Casas de Cruzeiro, Lorena e Aparecida, e levará à secretaria da Saúde do Estado de São Paulo um plano para melhor o atendimento ao público e as condições de trabalho nesses pontos. Se aprovado, as unidades passarão a receber investimento financeiro, o que geraria benefícios para as casas e para os usuários da saúde pública.
A comissão também indicou que irá cobrar do Governo Estadual e da secretaria de Saúde investimento para que essas quatro unidades recebam pelo serviço prestado. Os deputados Padre Afonso Lobato (PV) e Gil Lancaster (DEM) se reuniram com os representantes das Santas Casas das quatro cidades e discutiram possíveis soluções.
No início do ano, a Comissão traçou um plano para suprir a carência da saúde regional. A primeira proposta era para que o Hospital e Maternidade Frei Galvão, de Guará, seria classificado como hospital estruturante. Com a negativa do hospital, o grupo optou por nova alternativa, onde as Santas Casas de Cruzeiro, Lorena, Guaratinguetá (que não recebeu a visita dos deputado devido à falta de tempo) e Aparecida faria esse trabalho, como centros regionais. “Todas essas Santas Casas já prestam um serviço regional, mas não recebem por isso. O Estado tem falhado nesse sentido”, explicou Lobato.
O deputado se reuniu com o secretário de Saúde do Estado, David Uip, que propôs a criação de um projeto formal, que será entregue à secretária no próximo dia 24. O documento é elaborado pela Comissão.
Com a crise nas santas casas, os pacientes que precisam de atendimentos especiais buscam resgate em hospitais de cidades maiores, como Taubaté, São José dos Campos e São Paulo. “As pessoas tem que sair daqui e fazer quimioterapia em Guarulhos, quando, poderiam fazer em Guará ou Lorena. Se o Governo tiver vontade política, ele pode fazer”, explicou.
A grande demanda de pacientes de alta complexidade da região tem gerado problemas para o Hospital Regional de Taubaté. “Não dá mais para colocar um paciente na ambulância e despejá-lo no Regional. Mais de 30% dos atendimentos do Pronto Socorro de Taubaté são de cidades de fora. Não existe um hospital de retaguarda”, salientou Lobato. “Essa região é a mais precária do estado, a mais vulnerável. Está na hora do Estado olhar para essa região. Que com essas quatro Santas Casas, ele faça um plano sério e pague para a população daqui ter um atendimento digno. É uma vergonha o que tem acontecido”.
A conversa entre a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e o Governo Estadual acontece há meses. Até o momento, nada saiu do papel. “Temos 17 cidades da região com equipamentos de saúde saturados, ou muitas vezes, inapropriados para atender a demanda”, comentou Lobato. “O secretário já me ouviu falar sobre essa região diversas vezes. Então, está hora de parar de falar e começar a solucionar os problemas”, concluiu.

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