Câmara de Lorena aprova Lei de Proteção à Saúde Bucal de autistas na cidade

Projeto de autoria do vereador Marcelo Alvarenga tem apoio unânime para garantir atendimento especializado na rede municipal

Câmara de Lorena aprova projeto para proteção bucal de autista; iniciativa promove inclusão (Foto: Reprodução EBC)

Andréa Moroni
Lorena

A Câmara de Lorena aprovou, na última sessão (5), o projeto do vereador Marcelinho Alvarenga (PSD), que cria a Lei de Proteção à Saúde Bucal da Pessoa com TEA (Transtorno do Espectro Autista). O projeto foi enviado à Prefeitura e aguarda sanção do prefeito Sylvio Ballerini (PSDB).

Pelo projeto, as pessoas com Transtorno do Espectro Autista passam a ter direito a atendimento com profissional especializado em saúde bucal, com técnicas e procedimentos, que melhorem a qualidade de vida dos autistas e familiares.

O vereador exaltou a luta de mães que têm filhos com TEA e buscam direitos pelo melhor atendimento. “Vi a necessidade de propor projetos que aliviem alguns traumas, que podem parecer corriqueiros, mas que para essas famílias se tornam um verdadeiro desafio, como a ida ao dentista e o tratamento bucal. Então, propus o projeto, que espero seja sancionado pelo prefeito”, explicou Alvarenga.

O programa também deve ser desenvolvido em toda a rede municipal de saúde, inclusive nas estratégias do PSF (Programa Saúde da Família).

Segundo a proposta, para a implementação do Programa de Saúde Pública poderão ser desenvolvidas parcerias, convênios e termos de fomento, com OSC’s (Organizações da Sociedade Civil) e faculdades e cursos de odontologia.

Busca por apoio – A professora Mônica Nunes, moradora de Lorena e mãe do Bernardo, 7 anos, portador de TEA, milita em favor dos direitos dos autistas e diz que entre as principais dificuldades encontradas pelos pais estão o fechamento do diagnóstico da doença e obter acompanhamento especializado. “Se a criança autista não tiver uma rotina, isso acaba desencadeando crises, mesmo tomando medicações. Eu vejo que Lorena é uma cidade que precisa dar mais assistência para as mães”.

Mônica explicou que durante a pandemia, com as crianças mais em casa, começaram a notar comportamentos diferentes nos filhos. “Aqui em Lorena nós temos apenas um neurologista que atende no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e na Apae (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais). E, por isso, o fechamento do diagnóstico demora porque a demanda é grande”.

Um dos direitos da criança com TEA é ter uma facilitadora na escola, além da professora, mesmo sendo na rede municipal. “A criança com o diagnóstico fechado tem direito a essa facilitadora vai auxiliar a criança na escola. Além disso, a escola não pode negar a matrícula para uma criança diagnosticada com autismo”.

Também com o diagnóstico fechado, a criança tem possibilidade de fazer as terapias no CRE (Centro de Recursos Especializados), que funciona na Escola Milton Ballerini, e na Apae. Fazer essas terapias particulares é muito caro”, informou Monica.

Para Monica, o projeto de Saúde Bucal apresentado pelo vereador Marcelinho Alvarenga e aprovado pela Câmara, vai ajudar muito as crianças com TEA. “Vai ajudar muito as mães porque é uma dificuldade muito grande lidar com as crianças. Inclusive, quando meu filho teve que colocar um aparelho, eu procurei vários consultórios aqui em Lorena e só consegui um lugar para atender ele. Agradeço muito o vereador pelo projeto”.

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