Sem coveiro, família enterra parente em Guará com ajuda de amigos

Caso aconteceu no Cemitério da Saudade, no Engenho D’ Água; Prefeitura volta a prometer manutenção

Cova aberta pelo enterro feito por parentes devido a falta de coveiros; sem estrutura, local aguarda manutenção da Prefeitura (Foto: Colaboração)
Cova aberta pelo enterro feito por parentes devido a falta de coveiros; sem estrutura, local aguarda manutenção da Prefeitura (Foto: Colaboração)

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

“Foi chocante e humilhante demais. Um descaso total”. O desabafo é Rosângela Aparecida que enterrou o corpo de seu filho com ajuda de parentes e amigos no Cemitério da Saudade, no bairro Engenho D’ Água. Não havia coveiro para fazer o sepultamento na Zona Rural de Guaratinguetá.

O caso ocorreu no feriado nacional da Proclamação da República, no último dia 15 de novembro. Segundo Rosângela, após dar início ao procedimento de sepultamento de seu filho, foi informada de que não havia coveiro para fazer o enterro. “Recebi a notícia de que não havia coveiro, porque a secretária havia dado folga para todos. Eu corri atrás de uma rádio da cidade e fui ajudada. Achei uma pessoa de bom coração que se propôs a enterrar meu filho. Além do desespero em perder meu filho, fiquei desesperada, pois não tinha ninguém para enterrá-lo”.

Ela contou ainda que o local estava em estado de calamidade, com muito lixo acumulado e o mato ocupa grande parte do espaço e invade as áreas dos túmulos.

A situação foi denunciada em reportagem do Jornal Atos, na última semana de outubro, quando a Prefeitura havia garantido que o local passaria por trabalhos de manutenção.

Mas não é isso que as famílias encontraram. Além de não ter ninguém tomando conta do local, não havia água nas torneiras. “Cheguei ao cemitério e não tinha ninguém lá, estava abandonado. Cheio de cachorro e também havia fezes dos animais espalhadas pra todo lado. Não tinha nem água para fazer a massa e fechar a sepultura. É um absurdo isso”.

Ainda segundo relato de Rosângela, a intenção era fazer o velório de seu filho na capela do cemitério, mas não foi possível, pois o local está tomado por ossadas. “Na capela, é osso para tudo quanto é lado. É uma vergonha ter que passar por uma situação como essa em Guaratinguetá”, finalizou.

Segundo a Prefeitura de Guaratinguetá todos os cemitérios da cidade recebem manutenção periodicamente como pintura capina e roçada. No Cemitério da Saudade, está em fase de acabamento a primeira etapa do ossuário, localizado na parte superior do cemitério.

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