Sem apoio financeiro, Museu Frei Galvão pode fechar

Fundadora cobra atenção do poder público; espaço que reúne memórias e relíquias de Guará corre risco de encerrar atividades

Relíquias do passado de Guará, que fazem parte do acervo do museu; em risco com a falta de verba (Foto: Leandro Oliveira)
Relíquias do passado de Guará, que fazem parte do acervo do museu; em risco com a falta de verba (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Com 44 anos de existência, o Museu Frei Galvão pode fechar as portas. Um dos principais pontos culturais de visitação em Guaratinguetá está sofrendo com a falta de recursos e só permanece aberto apenas três vezes por semana. Diretora e fundadora do Museu, Thereza Maia apelou para que o espaço seja incluído na programação a ser beneficiada pelo investimento do Dade (Departamento de Apoio e Desenvolvimento de Estâncias).

O Museu Frei Galvão se tornou ponto obrigatório de passagem de turistas que chegam à Guaratinguetá. Localizado num prédio comercial na praça Conselheiro Rodrigues Alves, os espaços do quarto e quinto andares eram alugados pela Prefeitura até 2013. No fim do mesmo ano, o contrato foi cancelado e desde então a situação do antiquário começou a piorar. “O dinheiro do aluguel dos dois andares superiores era o que mantinha o museu, os funcionários e a conservação do local”, contou Thereza Maia.

No ano passado, duas funcionários se aposentaram. Já sem recursos suficientes para se manter, nenhum novo funcionário foi contratado para suprir as baixas. “Apesar do rico acervo de peças que temos, do arquivo histórico, judiciário e do próprio local, que é cedido pelo Centro Social de Guaratinguetá, o Museu não tem forças para sua manutenção e para novos trabalhadores”, detalhou Thereza.

Sem ter como atender diariamente os visitantes, hoje o museu opera somente três vezes por semana. Isso graças ao auxílio de uma das funcionárias que se aposentou, em 2015, e segue como colaboradora do espaço. “Nós temos um atendimento muito grande, mas sem funcionários, fica difícil. Isso nos leva a crer que, infelizmente, vamos acabar encerrando nossas atividades em Guaratinguetá”, desabafou.

Todas as despesas do museu são custeadas com recursos próprios. De acordo com a diretora e fundadora do espaço, esse é um serviço público e, como tal, deveria receber verba pública. Essa seria, segundo Thereza Maia, uma possível salvação para o iminente fechamento do Museu.

Uma possibilidade enxergada por Thereza é receber o repasse do Dade. A verba do departamento é um recurso disponível anualmente para cada estância no orçamento do Estado. Para recebê-lo, a Prefeitura deve determinar quais serão os objetos dos convênios que receberão a aplicação do investimento. “A gente espera que a verba que vem para a Guaratinguetá, a quem nós apelamos para que o Museu seja incluído nessa programação”, concluiu.

Outro lado – Procurado pela reportagem, o secretário de Cultura de Guaratinguetá, Flávio Augusto Vieira, disse que desconhece qualquer informação referente à atual situação do Museu Frei Galvão. “Na realidade é uma novidade para mim e para a secretaria. Eu só fiquei sabendo dessa possibilidade agora, pois não recebi nada oficial. A Thereza e o Tom Maia são conselheiros de Cultura e em nenhum momento a gente recebeu uma solicitação para tratar sobre esse assunto”.

Mesmo sem ter sido informado, o secretário se colocou a disposição para discutir possíveis soluções para a continuidade do museu. “Nós estamos de portas abertas para receber a Thereza e o Tom e encaminhar ao prefeito alguma solicitação que eles possam fazer. Tenho certeza que o que for possível, será feito”, concluiu.

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Um comentário em “Sem apoio financeiro, Museu Frei Galvão pode fechar

  • 21 de maio de 2016 em 01:07
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    Venho esclarecer aos responsáveis pelo Jornal Atos, que referente a reportagem acima com o título ” SEM APOIO FINANCEIRO, MUSEU FREI GALVÃO PODE FECHAR ” de Leandro Oliveira, que o verdadeiro fundador do MUSEU FREI GALVÃO foi o jornalista e vereador JOÃO MARTINS DE ABREU. Caso tenham dúvidas, façam uma pesquisa nos documentos da época e certifiquem-se desta verdade. Nada contra os trabalhos dos atuais DIRETORES, porém eles não foram os fundadores.

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