Secretária admite dificuldade no transporte de pacientes em Guará

Moradores têm problemas para conseguir viagem junto à rede pública; Maria Gorete contou que número de solicitações aumenta desproporcionalmente

Ambulâncias da rede pública de Guaratinguetá, no pátio do Clube Literário; serviço é alvo de protestos (Foto: Leandro Oliveira)
Ambulâncias da rede pública de Guaratinguetá, no pátio do Clube Literário; serviço é alvo de protestos (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

O crescente número de solicitações para o transporte de pacientes de Guaratinguetá está acarretando em uma fila de espera pelos atendimentos. Segundo a secretária de Saúde municipal, a frota de veículos para esse serviço é de 55 automóveis, mas a quantidade de pedidos tem aumentado gradativamente e a secretaria não tem conseguido atender a todos os enfermos.

Rosa Assis utiliza a rede pública e contou que precisou do transporte em algumas ocasiões, mas não tem conseguido vaga nos veículos. “Às vezes eu preciso fazer alguma consulta, mas não consigo ir a pé e não posso pagar táxi. De vez em quando eu consigo vaga, mas tem dia que não consigo nem para ser atendida na Santa Casa”.

De acordo com a secretária de Saúde, Maria Gorete, em abril, o número de pacientes transportados para tratamento fora da cidade era de 880. Em junho, o índice já indicava 1.446 pessoas sendo transportadas para atendimento de referências em outros municípios. “A demanda de pacientes em busca de transporte para tratamento fora de Guaratinguetá é crescente a cada dia, não porque a cidade não oferta, mas sim porque a procura é grande”, argumentou.

A secretária revelou que é preciso fazer uma triagem entre os solicitantes, já que a procura tem aumentado. Os pacientes mais debilitados têm preferência. “Muitas vezes o paciente tem condições físicas de ir, mas por questões sociais solicita o transporte. Nosso serviço funciona no antigo Clube Literário. Quando quiserem alguma informação sobre o transporte, eu peço que se dirijam até esse local, com o papel do agendamento da consulta, porque eu preciso comprovar essa consulta”.

Na radioterapia a situação atual não é diferente. A secretária contou que houve um aumento de 24 novos pacientes nessa especialidade. O hospital mais próximo que atende essa especialidade é o Regional do Vale do Paraíba, em Taubaté. “Os pacientes fazem o tratamento em dias alternados, a cada sete ou 15 dias, porém todos os dias eu preciso ter um carro para levá-lo. Isso requer que aquele carro seja reservado para essas solicitações”.

A Santa Casa de Guaratinguetá recebe atendimentos de hemodiálise, mas alguns pacientes da cidade precisam receber atendimentos especiais e também são encaminhados para Taubaté. “Também tivemos aumento, porque nós não temos o número completo de cadeiras na Santa Casa e por isso eles estão indo para Taubaté. A hemodiálise é feita dia sim e dia não, mas todos os dias eu preciso de carro para levar os pacientes até essa cidade”, concluiu.

Segundo a secretária, a prioridade para o transporte é de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), mas é necessário que o morador solicite o transporte com antecedência e que comprove a consulta para conseguir ser encaixado no cronograma dos veículos. Caso não haja urgência na solicitação e não restem vagas, o paciente terá de buscar outra alternativa.

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