Santa Casa de Guará denuncia preços abusivos de equipamentos de proteção individual

Máscaras cirúrgicas têm alta de mais de 1000% de preço em um mês; aventais e outros insumos também sobem constantemente

Santa Casa de Guaratinguetá, que denunciou preços abusivos nos equipamentos de proteção (Foto: Arquivo Atos)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

A pandemia do novo coronavírus tem elevado o preço de insumos básicos utilizados cotidianamente por hospitais em todo país. Na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) não é diferente. A Santa Casa de Guaratinguetá denunciou valores acima da realidade de mercado em EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) básicos como máscaras cirúrgicas e aventais.

Um dos modelos de máscaras que vinha sendo comprado pelo hospital tinha preço fixado a R$ 0,48 em fevereiro. Na última cotação, feita pela Santa Casa no último dia 31, o mesmo modelo de máscara custava R$ 6,80. A alta ultrapassa 1416% em pouco mais de um mês. Outros tipos de máscaras também tiveram alta acima do normal no mesmo período.

O diretor administrativo da Santa Casa de Guaratinguetá, João Marcos Romain, revelou que o hospital já notificou os setores de fiscalizações responsáveis sobre preços abusivos. “O que nos preocupa é o abuso de preço que está acontecendo por parte dos fabricantes ou distribuidores que elevaram forma absurda. Uma máscara cirúrgica custava R$ 0,48. Nossa última compra, de 17 de março, ela custou R$ 4,50. Ontem, o preço da mesma máscara era de R$ 6,80. Absurdo que uma máscara supere o valor de US$ 1 (um dólar) ou R$ 5”.

A alta apontada por Romain também reflete em outros equipamentos. Outro tipo de máscara, que, segundo o diretor, custava R$ 10,78 em fevereiro, custa atualmente R$ 44.

Aventais impermeáveis também tiveram alta. “Um avental para atendimento de paciente dentro da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), que protege adequadamente os funcionários, custava em torno de R$ 9 e hoje custa R$ 22. Como os preços chegaram a esse nível? Nós chegamos a um ponto de pensar se os preços vão cair ou vão continuar subindo”, criticou o diretor do hospital.

A Santa Casa de Guaratinguetá encaminhou à Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo) um ofício indicando as altas nos valores de EPI’s e pedindo intervenção nos preços. De acordo com Romain, a unidade de Guará tem um banco de equipamentos de proteção individual e não sofre com falta de materiais para atendimentos em casos suspeitos de Covid-19.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?