Prefeitura é pressionada por decisão sobre caso de medicina ilegal e falsidade ideológica em Guará

Homem chegou a atender 81 pacientes; requerimento cobra posicionamento sobre responsabilidade de empresa contratada

O vereador Marcus Soliva, que cobra resposta sobre o caso de medicina ilegal e falsidade ideológica (Foto: Arquivo Atos)
O vereador Marcus Soliva, que cobra resposta sobre o caso de medicina ilegal e falsidade ideológica (Foto: Arquivo Atos)

Andreah Martins
Guaratinguetá

A denúncia de irregularidade na saúde de Guaratinguetá, apresentada em requerimento na Câmara na última semana, ainda não foi respondida. Um homem chegou a atender pessoas no Centro de Saúde, usando o nome e o registro de um médico da cidade.

No documento, apresentado pelo vereador Marcus Soliva (PSB), provas de exercício ilegal de medicina e falsidade ideológica de um suposto médico que se passava por Dr. Rubens Andreoli Cavalheiro, médico contratado pela empresa Qualilog Serviços Administrativos, prestadora de serviços da Prefeitura. De acordo com a denúncia, o homem, que chegou a atender servidores da cidade, usava o número do CRM (Conselho Regional de Medicina) do médico.

Quando confrontado, o suposto médico teria dito que era o pai de Cavalheiro. Questionado sobre o seu registro e a ligação dele com a empresa, ele disse que o documento se encontrava em seu carro. Com esse pretexto, aproveitou a situação para fugir.

A dúvida de que o homem seria mesmo médico surgiu entre os próprios pacientes, após receberem diagnósticos incompatíveis com os problemas sofridos. Entre eles, um dos casos divulgados no requerimento era de um servidor com possível ruptura no tendão de um dos dedos das mãos, que foi encaminhado a um dermatologista. O suposto médico chegou a atender 81 pessoas.

Em entrevista à uma rádio da cidade, o prefeito Francisco Carlos Moreira (PSDB) chegou a afirmar que o caso já teria sido resolvido há mais de trinta dias.

Na Câmara, o porta-voz do governo, o vereador Marcelo Meirelles (PSDB) questionou o requerimento. Soliva rebateu as afirmações Meireles e do prefeito, na última terça-feira. “A denúncia ocorreu há 16 dias após o ocorrido. Então, ele (Francisco Carlos) cometeu um erro cronológico aí, dizendo que já tinha resolvido o problema antes dele acontecer”.

O vereador de oposição relatou a resposta recebida ao ser questionado sobre a identidade do suposto médico. “A resposta que nos foi encaminhada, via Dr. Marcelo, é de que a Prefeitura já tomou os procedimentos legais, internos, e notificou a empresa da irregularidade. Vai notificar o CRM também sobre a atividade irregular e para por aí. Eles não estão levando a sério como crime de falsidade ideológica, em fazer uma ocorrência policial para ela apurar os fatos”, criticou Soliva.

Com o andamento do procedimento, o vereador disse que vai aguardar um posicionamento oficial da Prefeitura sobre o caso. “É um fato muito grave para simplesmente ser instaurado um processo administrativo interno de uma advertência à empresa”, salientou.

O requerimento reivindica ainda a quebra de contrato da administração com a empresa Qualilog. Soliva sugeriu a utilização de uma equipe própria, formada pelos colaboradores já contratados. “Paga-se uma empresa para prestar o serviço terceirizado de medicina do trabalho e tem um quadro de funcionários quase completo para prestar esse serviço. Isso é gastar dinheiro público desnecessário”.

Prefeitura – A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com a Prefeitura em busca de esclarecimentos sobre o caso, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

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