Moradores e ciclistas cobram ajustes de ciclofaixa em Guará

Qualidade da pista gera polêmica no Beira Rio e Parque do Sol; falta de segurança e redução da via são alguns dos pontos abordados

Trecho com falhas na pavimentação de ciclofaixa em Guaratinguetá (Carlos Pimentel)
Trecho com falhas na pavimentação de ciclofaixa em Guaratinguetá (Carlos Pimentel)

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

A implantação de uma ciclofaixa nas avenidas Dr. Ariberto Pereira da Cunha e Antônio da Cunha nos bairros Beira Rio e Parque do Sol em Guaratinguetá tem provocado discussões entre ciclistas e motoristas. Segundo a população, a via não respeita padrões de tamanho, segurança e o trecho pintado para a condução do ciclista está esburacado.

A ciclofaixa faz parte do projeto cicloviário, inserido no Plano Municipal de Mobilidade Urbana, que contemplou as avenidas João Pessoa, Padroeira do Brasil e a estrada municipal Rafael Américo Ranieri, no bairro Jardim Santa Luzia.

De acordo com o “Caderno de Referência para elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades” publicado pelo Ministério das Cidades, um dos passos para a criação de um padrão de infraestrutura cicloviária, a referência para uma ciclofaixa é de uma largura total de 1,80m, sendo 1,20m para circulação de bicicletas em sentido único, 0,2m de isolamento junto ao meio fio e mais 0,4m de isolamento do trânsito motorizado.

O projetista Anderson Lima, morador do bairro Beira Rio, afirmou que a ciclofaixa é muito estreita e não cabe confortavelmente uma bicicleta, além da dificuldade com caminhões estacionados. “Percebi que ficou perigoso para os ciclistas, pois foi colocado em um local inadequado, e não tem nem um metro de largura esta ciclofaixa. Do lado direito ficam carros estacionados e os veículos estão passando ‘comendo’ (sic) a faixa do ciclista. Não vai demorar muito para surgir histórico de acidente”, ressaltou.

Segundo o motorista Adalberto Reis, o espaço não é seguro pois alguns motoristas correm muito no trecho da avenida e os desavisados podem causar acidentes. “Virou uma ‘ciclomorte’. O carro passa muito perto da ciclofaixa, o risco de um acidente é iminente. Os retrovisores dos veículos passam no limite dos carros estacionados do lado direito e da ciclofaixa”.

A universitária Andreia Carvalho usa a bicicleta para fazer tudo na cidade. A pedido da reportagem do Jornal Atos ela percorreu a avenida e disse que está muito perigosa, pois os carros passam muito perto dos ciclistas e há buracos na ciclofaixa. “Achei muito estranho a ciclovia no lado esquerdo da via, está muito perigoso, uma vez que os carros passam muito perto das bicicletas. Outro fato ruim é que a faixa está com muitos buracos, o ciclista pode, ao tentar desviar de um deles, ser atropelado por um veículo”, salientou.

Na sessão do último dia 12, o vereador de oposição Marcus Soliva (PSB) apresentou um requerimento aprovado por unanimidade, questionando a Prefeitura sobre as novas ciclofaixas que estão sendo implantadas, em especial a mais recente, que liga os bairros Beira Rio e Parque do Sol.

Os principais questionamentos são em relação à largura e a falta da ciclofaixa nos canteiros centrais. “No Código de Trânsito Brasileiro consta que deve ser guardada a distância lateral de um 1,5m ao passar ou ultrapassar bicicleta. Então, não seria necessário medir as dimensões das novas ciclofaixas para se ter certeza deste espaço? Já que as avenidas do Beira Rio e Parque do Sol possuem canteiros centrais, a ciclofaixa poderia ser colocada sobre o canteiro central”, questionou o vereador.

Soliva destacou ainda a falta de planejamento, por conta das más condições do asfalto. Durante a última semana, após pintar o solo, a Prefeitura teve que refazer o serviço no Beira Rio e Parque do Sol. “Pergunto: por qual motivo não houve, no mínimo, uma verificação dos locais para que fossem restaurados os pontos onde o asfalto não estivesse em boas condições, antes de realizar a pintura, evitando esse retrabalho?”

Segundo o coordenador de Trânsito, Marcelo Pazzini, a ciclofaixa que está sendo confeccionada tem cerca de oito quilômetros de extensão (ida e volta), ligando o Itaguará Country Clube até o Santuário de Frei Galvão e está sendo feita rente ao canteiro central o que seria “extremamente viável do ponto de vista técnico da Engenharia de Tráfego”. “É um espaço de segurança para o ciclista. Gera polêmica, pois é uma novidade para a população, mas é um ponto positivo para a mobilidade urbana em Guaratinguetá”, comentou.

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