Moradores cobram ações após alagamentos em Guará

Defesa Civil registra atendimentos em locais afetados por fortes chuvas; volume acima do esperado causa quedas de árvores e deslizamentos

Fortes chuvas também registraram quedas de árvores em Guaratinguetá; bairros sofrem com alagamentos (Foto: Divulgação PMG)
Fortes chuvas também registraram quedas de árvores em Guaratinguetá; bairros sofrem com alagamentos (Foto: Divulgação PMG)

Bruna Castro
Guaratinguetá

As fortes chuvas na noite do último sábado (30) provocaram alagamentos e inundações em Guaratinguetá. Entre os locais afetados estão os bairros Pedrinhas, Pedregulho, Clube dos 500, Parque do Sol e Vista Alegre.

A Defesa Civil destacou que o volume de água registrado foi de 110 mm entre às 21h e 0h, valor superior ao registrado no restante do mês de novembro. Segundo a escala oficial, os índices pluviométricos superiores a 50 mm já são considerados “chuvas muito fortes”.

Além da inundação também foram registradas quedas de árvores e desbarrancamentos nos bairros Pedrinha, Pedregulho e Tamandaré, apesar dos altos índices de chuva não houveram registros de feridos.

A técnica de implantes dentário Cintia Bernardino, 33 anos, moradora do bairro Santa Edwiges, estava a passeio com sua família quando se deparou com o temporal no bairro Pedrinhas. Eles estavam a bordo do carro da família, um Space Fox, e não conseguiram prosseguir quando a chuva aumentou.

“Ontem (sábado), umas 14h, fomos para o bairro das Pedrinhas. Chegamos lá estava chovendo muito, nem conseguimos descer do carro. Aí, começou a o piorar e descer água pelo asfalto com barro ainda. Esperamos um pouco e nem descemos do carro. Depois de uns minutos resolvemos ir embora, desistimos”, contou Cintia. “Quando me aproximei do bairro, descendo a serra, a água estava no meio da porta do carro”.

A técnica de implantes descreveu também a sensação de insegurança que sentiu, ao ver o nível da água aumentando enquanto estava com sua família dentro do carro. “Sensação de desespero né (sic), com nossas filhas junto. A hora que fomos passar no local mais crítico nosso carro chegou a falhar, gelou o coração mas no fim deu tudo certo” explicou.

Essa não foi a primeira vez que ela presenciou casos como esses. Em 2009 as chuvas inundaram sua casa. “A última vez que peguei essa chuva feia, estava grávida da minha filha, que hoje tem dez anos. Na época eu morava no Jardim Rony e a água entrou na nossa casa” recordou.

Além de Cintia, outros moradores contaram como as fortes chuvas afetaram seus bairros. A estudante de publicidade e propaganda, Tatiane Lacaz, 20 anos, é moradora do Portal das Colinas, e explicou que não houveram alagamentos em seu bairro, mas sim nas ruas vizinhas. “Não tinha como passar de carro, a pé então sem condições”.

Mesmo não sendo afetada diretamente pelos alagamentos resultantes das chuvas do final de semana, a estudante explicou que as ruas alagadas fazem parte do caminho que percorre para ir à faculdade, em Lorena.

“Fica bem difícil passar de van ou carro durante os alagamentos. É bem desconfortável, para descer da van então não tem nem condições. […]Eu vi muitas fotos na internet, mas quando passei de carro, observei que a água estava numa altura bem alta, e tinha uma cor bem escura e turva”, completou.

Ao serem questionadas sobre as ações da administração municipal, ambas relataram que não existem manifestações efetivas para a prevenção ou resolução dos problemas relacionados às chuvas. “Olha, eu particularmente não sei se a Prefeitura já fez alguma coisa, mas eu creio que eles sozinhos não resolverão nada se à população não colaborar. A limpeza começa dentro da nossa casa”, frisou Cintia.

Para Tatiane, não existem ações e iniciativas para prevenção de estragos causados pela chuva. “A Prefeitura poderia se preocupar em oferecer medidas preventivas para não chegar a essa situação caótica que temos presenciado. Os alagamentos não só atrapalham o deslocamento dos munícipes, como prejudicam a segurança dos pedestres. Espero que a Prefeitura dê mais atenção a esse problema para atenuar essa situação”.

Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a Prefeitura não soube informar sobre as iniciativas que serão tomadas em relação aos alagamentos e quais as ações preventivas estão sendo colocadas em prática.

De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais) e o Ceptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), a probabilidade de chuva em Guaratinguetá é de 30% para esta quarta-feira, e 90% na quinta e sexta-feira.

 

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