Hospitais da região perdem quase cinquenta leitos em quatro anos
Problema é considerado mais crítico nas cidades de Guaratinguetá e Cruzeiro; deputado aponta falta de recursos para atendimento
Rafael Rodrigues
Região
Problema cada vez mais frequente, a saúde continua tirando o sono dos moradores da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba). Entre as dificuldades enfrentadas, conseguir vagas para internação em hospitais se tornou tarefa difícil.
Dados da Fundação Seade mostram que em 2012 a região tinha 4.400 leitos contando SUS (Sistema Único de Saúde) e particulares. No fim do ano passado, o número diminuiu para 4.353, quase cinquenta leitos a menos.
O levantamento apontou que as duas cidades no Vale que mais perderam leitos foram Cruzeiro e Guaratinguetá.
O deputado estadual Padre Afonso Lobato (PV), responsável pela Frente Parlamentar em Defesa da Saúde na região, afirmou que o maior problema é a falta de recursos. Segundo ele, hospitais deixam de atender especialidades por conta da defasagem na tabela do SUS. O grande problema da saúde é o financiamento. O dinheiro tem ficado cada vez mais curto e não atende à demanda. Muitos hospitais e santas casas fecham as portas e não conseguem atender.
O parlamentar não está otimista quanto à melhoria do atendimento na saúde, principalmente quando o assunto é abrir novos leitos nas cidades que possuem alguma unidade hospitalar. Não existe possibilidade de abrir novos leitos, porque os que temos precisam ter mais efetividade. Se não houver um financiamento melhor não tem como abrir.
Guaratinguetá – Em nota, a secretaria de Saúde de Guaratinguetá confirmou a redução de 43% no número de leitos, nos últimos cinco anos, de 2012 a 2016, mas que a nova gestão conseguiu estabilizar o quadro, sem nenhuma perda contabilizada nos últimos nove meses. A secretaria alegou ainda que medidas estão em estudo para ampliação no número de internações e espera terminar o ano com aumento nas estatísticas.
Cruzeiro – O interventor da Santa Casa, João Mário Martins, disse que 13 leitos de pediatrias foram desativados, porém um estudo está sendo realizado para abertura de 13 leitos de clínica médica para substituição dos que foram fechados.