Guardinhas cobram apoio para manter gratuidade do transporte coletivo de Guará
Sessão na Câmara tem presença de menores aprendizes; benefício deve ser revogado no próximo dia 1
Guaratinguetá
Na última sessão de Câmara, Fabrício Dias (MDB), Marcelo da Santa Casa (PSD) e Marcos Evangelista (PSDB) assinaram um requerimento pedindo providências para que os menores aprendizes não fiquem sem o direito ao transporte público gratuito. Evangelista confirmou que a Casa pecou pela aprovação no ano passado, e afirmou que já se reuniu com o Executivo para discutir um possível adiamento dessa medida ou até subsídio da passagem para que os guardinhas continuem com o transporte gratuito.
“O Executivo que mandou sem (a gratuidade). As audiências públicas, nenhum cidadão se atentou a isso. Na análise da Câmara passou sem essa percepção. Estamos buscando soluções através do diálogo”, afirmou Evangelista.
A Prefeitura de Guaratinguetá está realizando uma análise jurídica para que, ao menos, a cobrança não tenha início no próximo dia 1.
Outra alternativa cogitada é de que, caso a cobrança seja realmente imposta, ela passe a valer num prazo de seis meses. Esse também é o período para renovação da frota dos ônibus, e para o reajuste da tarifa, que custará R$ 4,10, com o novo contrato de prestação de serviço do transporte público em andamento.
Trabalhando como menor aprendiz, Micael dos Santos, que mora no São Manoel, acredita que é preciso mais atenção com os jovens. “Eles precisam pensar em nós, no deslocamento dos bairros. Muitos de nós não temos condições. Espero que dê tudo certo para sairmos com a causa ganha”, afirmou o menor, que recebe R$ 650 por mês.
Verônica dos Santos mora no São Francisco e recebe R$ 718 por mês como bolsa-auxílio ao atuar como menor aprendiz.
Ela enfatizou a falta de empatia mostrada na cidade durante o debate sobre o benefício. “Muitos jovens trabalham para ajudar em casa. Eu, além de pagar a minha faculdade, ajudo com as contas de casa. A maioria dos guardinhas que trabalham não têm uma situação financeira muito boa”.
O Executivo aguarda confirmação do departamento jurídico para responder sobre o caso. O coordenador administrativo da Guarda Mirim, Antônio Pasin, preferiu não se pronunciar no momento.