Guará registra três casos suspeitos de vírus da zika em gestantes

Secretaria da Saúde analisa o casos; sintomas são parecidos com os da dengue

A entrada principal da Santa Casa de Guaratinguetá; cidade investiga três casos suspeitos de Zika (Carlos Pimentel)
A entrada principal da Santa Casa de Guaratinguetá; cidade investiga três casos suspeitos de Zika (Carlos Pimentel)

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

A secretaria de Saúde de Guaratinguetá confirmou na semana passada três casos suspeitos de vírus da zika em gestantes. A doença é transmitida pelo Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e da chikungunya.
Segundo o secretário de Saúde, Edison Riccomi, as três gestantes são monitoradas e os exames de sorologia foram solicitados para detectar a presença do vírus da zika. “Está sendo feito um acompanhamento bastante criterioso, tendo em vista a gravidade da situação. Sabemos das graves lesões que acometem as gestantes com esta doença, mas a possibilidades destas mulheres estarem com a zika, são muito baixas, praticamente nulas”, comentou.
Riccomi afirmou que os resultados dos exames devem sair no final deste mês. “Estamos seguindo todo o procedimento e aguardando o laudo do Instituto Adolfo Lutz para fechar o diagnóstico. A recomendação para gestantes é que elas usem repelentes e roupas compridas”.
A Prefeitura realiza ações durante o ano para conter a infestação do Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e zika vírus. Com fiscalização por meio de agentes de saúde nas regiões com os maiores níveis de infestação larvária e nos finais de semana, realiza o arrastão contra a Dengue e a Operação Cata-Bagulho nos bairros.
Segundo dados da ADL (Avaliação de Densidade Larvária) realizada pela Vigilância Epidemiológica, em quase 80% dos casos, a larva foi encontrada nos ralos, localizados dentro e fora dos imóveis. “A população tem de ficar atenta a todo recipiente que possa estar acumulando água, os ralos externos são os grandes vilões. É um tipo de criadouro que sempre tem água independente de chuva ou não. Os pratos de planta e calhas também merecem atenção”, explicou o secretário de Saúde.
Segundo a secretaria de Saúde, até o momento foram registrados onze casos confirmados de dengue, número inferior ao registrado no ano passado, quando na mesma época de 2015, o município estava com mais de 400 casos confirmados.
“A redução drástica dos números de dengue se dá em virtude do empenho da administração municipal que está realizando um trabalho forte envolvendo várias secretarias e soldados da Aeronáutica. Por ação, são recolhidas de seis a oito toneladas de entulho. Hoje estamos em uma situação confortável em comparação as cidades vizinhas, pois algumas já até decretaram epidemia de dengue”, ressaltou Riccomi.
Os sintomas do zika vírus são manchas vermelhas grandes e de alto relevo pela pele, que podem estar acompanhadas de febre, dor articular, coceira e olhos avermelhados. A pessoa que perceber alguns dos sintomas, principalmente as manchas, deve procurar o serviço de saúde para uma avaliação.
Zika – O que se sabe sobre o zika vírus, a partir dos casos registrados no Brasil e também na Polinésia Francesa anos atrás, é que a doença pode causar lesões neurológicas como encefalite (inflamação no cérebro), que causa confusão mental e alteração do nível de consciência.
Também pode causar lesões medulares, como a mielite (inflamação na medula espinhal), que provoca paralisia nos membros.
Relação com a Microcefalia – De acordo com o Ministério da Saúde, os casos de contaminação por zika vírus são a “principal hipótese” para explicar o aumento da ocorrência de microcefalia no país.
A pasta também investiga a relação do zika vírus com mortes de bebês com microcefalia. A doença é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. A malformação é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm. O esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm. Testes de laboratório revelam que o vírus atinge as principais células envolvidas no desenvolvimento do cérebro, destruindo-as ou desativando-as. Os resultados do estudo são a primeira prova concreta da existência de uma ligação entre o vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e a microcefalia.

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