Futebol amador vira alternativa com queda do futebol em Guará

Final com título do Acadêmicos marca momento de entretenimento da cidade; jogos atraem atletas, torcida e ambulantes

Lance da decisão do Amador no Dario Rodrigues Leite; alternativa (Leandro Oliveira)
Lance da decisão do Amador no Dario Rodrigues Leite; alternativa (Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Na cidade, que já se orgulhou por ter um time na elite do futebol paulista e que brigou com grandes de “igual para igual”, o cenário atual já não é o suficiente para tirar sorrisos do torcedor. A melhor saída se voltou para a várzea, onde o futebol amador de Guaratinguetá reúne a cada final de semana não só quem vai correr atrás da bola, mas também quem corre em busca da diversão e até de uma renda extra.
É quando a bola rola que o futebol amador tem início e os ambulantes faturam. Opção aos fins de semana, o esporte voltou a ganhar força, principalmente com a queda livre do Guaratinguetá (rebaixado para a Série B) e o Manthiqueira, que ainda não conseguiu o sonhado acesso à A3.
Na decisão entre Unidos da Vila e Acadêmicos, no último sábado, o título ficou com o time do Campo do Galvão, e os caixas dos vendedores ficaram mais cheios.
Em campo, 22 jogadores lutaram pelo título. Fora das quatro linhas e distante dos olhares dos torcedores, os vendedores ambulantes trabalhavam tanto quanto os atletas. Benedito Oliveira, popularmente conhecido como Dito Pelé, e sua esposa, Henriquieta Oliveira, preparavam pizza brotinho, pizza enrolada, assados e pastéis, além das bebidas que seriam vendidas no intervalo da partida.
Dentro de campo, os primeiros 45 minutos foram bem disputados e nervosos. O time da Vila Bela teve as melhores oportunidades, enquanto a equipe do Campo do Galvão respondia na base do contra-ataque. Denner, meia do Acadêmicos, foi expulso e o time se manteve com apenas dez jogadores. O Unidos ainda desperdiçou um pênalti com David, e o primeiro tempo terminou empatado sem gols.
Enquanto os atletas descansavam e se preparavam para mais 45 minutos de futebol, Dito, Henriqueta e o filho Douglas trabalhavam duro para servir os torcedores. Além da final, as duas partidas semifinais também foram realizadas no estádio. A movimentação fez com que Dito Pelé e sua família conseguissem um bom complemento de renda. “Eu trabalho aqui há 25 anos e acho muito bom, porque vivo disso. Esses três jogos ajudaram muito. Eu sou a favor de que outros eventos esportivos sejam realizados, para que o ambulante, que desejar trabalhar, possa vir e comercializar seus produtos e ter um incentivo na renda”, exaltou o vendedor.

Torcedores disputam espaço para comprar salgados e bebidas no intervalo de jogo do Amador; jogos garantem verba extra para vendedores (Leandro Oliveira)
Torcedores disputam espaço para comprar salgados e bebidas no intervalo de jogo do Amador; jogos garantem verba extra para vendedores (Leandro Oliveira)

Para a decisão, quatrocentos ingressos foram disponibilizados para cada clube. Do total, cerca de quinhentos torcedores acompanharam a partida. Na volta do intervalo, os dois clubes continuavam lutando pelo primeiro gol. Mesmo com um jogador a menos, o Acadêmicos acabou saindo mais para o jogo e levando perigo ao gol adversário. Em uma das poucas oportunidades, Lucas “Boneca”, se livrou da marcação e cabeceou com perigo, mas Nicolas espalmou para escanteio.
Aos 32 minutos, o Acadêmicos marcou. Nicolas saiu mal do gol e errou o soco na bola, que acabou sobrando para Carlos Eduardo. Da entrada da área, o camisa 18 acertou um chute colocado no canto esquerdo e decretou o placar da decisão.
Não faltou nem mesmo as confusões corriqueiras do futebol amador. A partida, que já havia sido paralisada por dez minutos no primeiro tempo por conta de uma discussão entre o trio de arbitragem e o banco de reservas do Unidos da Vila, foi encerrada aos 35 minutos do segundo tempo. O jogador Wellington, camisa 17 do Unidos, foi advertido pelo árbitro e o agrediu com um chute e um soco. Sem condições de retomar a partida, Adilson da Paixão encerrou o jogo e saiu escoltado de campo pela Polícia Militar.
Nos últimos 15 meses, o Acadêmicos se tornou o papa- títulos do futebol de Guaratinguetá. Em 2015 a equipe foi campeã das Copas AEG sub-18 e sub-21, e neste ano ficou com o título do Campeonato Amador da cidade, que cada vez mais se pauta nos concorridos jogos dos campos de bairros, enquanto o Dario Rodrigues Leite lamenta a baixa dos times profissionais.

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