Equoterapia Arte e Vida pode voltar a suspender atendimentos em Guará

Em crise, entidade tem custo mensal de R$ 26 mil; verba repassada pelo Município cobre somente a metade do valor

Criança na equoterapia; ONG de Guará pode suspender atividades com crianças por falta de recursos (Foto: Reprodução)

Andréa Moroni
Guaratinguetá

Uma séria crise financeira pode levar a Equoterapia Arte e Vida de Guaratinguetá a suspender suas atividades, por tempo indeterminado. A Associação sem Fins Lucrativos chegou a ficar quatro meses sem funcionar e retomou as atividades no último mês.

Atualmente, a associação atende 46 crianças e jovens com necessidades especais. Segundo a presidente da associação, Lívia Moraes, o valor repassado pela Prefeitura chega a R$ 11,5 mil por mês. “Esse valor é proveniente de uma licitação. Infelizmente por conta desse pregão, o valor que iniciou em R$ 20 mil, acabou sendo finalizado em quase metade. A nossa despesa fixa mensal é de R$ 20 mil, mais R$ 6 mil mensal de empréstimos e financiamentos realizados em gestões anteriores, o que totaliza R$ 26 mil”.

A Arte e Vida tinha sido beneficiada com uma emenda parlamentar, no valor de R$ 100 mil, mas não pôde receber o dinheiro.  “Nós não pudemos receber a verba pois ela veio como “Atenção Básica” e nós somos “Média e Alta complexidade”. Segundo a secretaria de Saúde, quando a verba chegou, eles contataram o gabinete do parlamentar para trocar esse envio, mas não conseguiram efetivar a troca”, explicou Lívia.

Das crianças atendidas, apenas três pagam pelas sessões de equoterapia. “O atendimento particular gera R$ 400 mensais. Como o valor mensal de rendimentos paga apenas os funcionários, que são cinco, desde que retornamos as nossas atividades, a alimentação dos cavalos vinha sendo custeada por alguns haras da região, além da doação de pais e amigos da equoterapia, que gera algo próximo de R$ 5 mil por mês”.

A alimentação dos animais voltou a ser um fator de preocupação para a presidente da associação. “Infelizmente, a partir desse mês vamos ter que comprar a ração dos nossos animais. Um haras continuará doando silo, até que as reservas dele acabem, mas não sabemos até quando. Então vamos ter que contar com a doação dos pais e parceiros para comprar a ração e alimentar os cavalos”.

As chuvas fortes das últimas semanas arrancaram telhas e causaram outros prejuízos ao prédio onde está instalada a Equoterapia, no Recinto de Exposições. Sem condições financeiras para reparar os estragos, a associação decidiu por manter os atendimentos mesmo assim. “Nós não fizemos um orçamento para a reforma porque o local é da prefeitura de Guaratinguetá (com autorização de uso desde 2008). Nós solicitamos a eles essa possibilidade de manutenção”.

Para manter o atendimento às crianças e jovens, Lívia busca a entrada de recursos para o pagamento dos custos. “A comunidade pode nos ajudar com o carnê de doação mensal, as empresas da região podem ajudar mensalmente patrocinando praticantes ou a alimentação dos cavalos, temos campanhas de doação pelo PIX arteevidaguara@gmail.com”

Outra alternativa, segundo a presidente da associação, seria as parcerias. “Caso outras instituições, como APAE e Fazenda Esperança, que atendem pessoas com indicação para a Equoterapia, firmassem contrato conosco, também seria mais uma forma de aumentar o número de atendimentos da Equoterapia, aumentando a entrada de verba”.

Município – A Prefeitura de Guaratinguetá informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o convênio com a Associação Arte Vida está ativo e os pagamentos estão em dia.

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