Com promessa de maior rigor contra violência, novos governos animam cidades da região

A RMVale, recordista em números de assassinatos, espera por reforço nas polícias Militar e Civil

Viaturas entregues para o reforço da frota da PM na região; policiamento tem expectativa de maior atenção (Foto: Rafaela Lourenço)
Viaturas entregues para o reforço da frota da PM na região; policiamento tem expectativa de maior atenção (Foto: Rafaela Lourenço)
Rafaela Lourenço
Região
Considerada proporcionalmente a região mais violenta do Estado de São Paulo, o Vale do Paraíba segue com dados alarmantes vinculados à criminalidade.Enquanto prefeitos da região aguardam melhorias no setor com a troca de Governo, a Polícia Militar mantém os trabalhos de combate ao crime, otimista para 2019.

Segundo os dados da secretaria de Segurança Pública, a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba) registrou em setembro um aumento de 8% no número de assassinatos, comparado ao mesmo período de 2017. Com cinco homicídios dolosos (quando há intenção de matar), Guaratinguetá foi o munícipio mais violento da região no mês.

Já no acumulado de ocorrências de janeiro a setembro, a região contabilizou 269 assassinatos (255 homicídios dolosos e 14 latrocínios). Os registros são 5% maiores do que os do mesmo período de 2017, que chegaram a 255 (238 homicídios dolosos e 17 latrocínios).

Para o comandante do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior 1) que abrange o Vale do Paraíba e o Litoral Norte, coronel Lourival da Silva Junior, neste período, dos nove indicadores que a secretaria de Segurança acompanhou dos 39 municípios, sete estavam em declínio ou estabilizados. “É uma situação peculiar no momento, 2016 tivemos 452 homicídios e esse número caiu para 350 em 2017, agora o desafio é manter ou até diminuir isso em 2018. Pelos nossos números talvez passe um pouco 350, mas é importante destacar que vem de uma queda considerável, 102 mortes a menos de 2016 para 2017”, destacou.

Até outubro (última pesquisa divulgada pela secretaria de Segurança do Estado), a região havia registrado trezentos assassinatos, sendo 31 apenas em Taubaté e 17 em Pindamonhangaba. Guaratinguetá fechou os dez primeiros meses do ano como a segunda cidade mais violenta da RMVale, com 35 homicídios dolosos. O número é 66.6% superior do que os de 2017, quando ocorreram vinte homicídios dolosos e um latrocínio.

Lorena aparece em quinto contabilizando 24 assassinatos (23 homicídios dolosos e um latrocínio), um aumento de 4% em comparação a 2017. A cidade deve ter os índices alavancados devido às ocorrências registradas no final de 2018.

O comandante do CPI-1, coronel Lourival Junior; expectativa para 2019 (Foto: Jéssica Dias)
O comandante do CPI-1, coronel Lourival Junior; expectativa para 2019 (Foto: Jéssica Dias)

O coronel Lourival frisou o otimismo da PM com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), principalmente relacionado à redução da impunidade para crimes graves e os trabalhos e estratégias para conter a violência que seguem em execução. “Somos da opinião de penas severas, menos benefícios. Que ele (réu) fique no local devido, atrás das grades. Prendemos e infelizmente por meio de penas brandas e artifícios da lei alguns criminosos continuam nas ruas”.

A expectativa é a mesma para o prefeito de Cachoeira Paulista, Edson Mota (PR), que acredita na moral e credibilidade do presidente eleito.

Já em Lorena, o prefeito Fábio Marcondes (sem partido) contou que deve aguardar as diretrizes, já que até o momento da entrevista não havia recebido contato do Conselho Nacional dos Municípios. “É uma luta diária, e tenho consciência que estou dando o melhor, um esforço grande para contribuir com a Guarda Municipal, Atividade Delegada, eventos esportivos e um leque de ações que ajudam o combate à violência. Esperamos que tenha realmente do novo governo um posicionamento forte para gerar políticas aos estados e municípios”.

Para a coronel da Polícia Militar, Eliane Nikoluk, após a eleição é momento do trabalho conjunto para colaborar na criação de políticas públicas eficientes.

Reforço – Com um investimento estadual de cerca de R$ 2,2 milhões, a região recebeu 41 viaturas para o patrulhamento da Polícia Militar. Das nove viaturas contempladas para a sub-região 3, formada por Aparecida, Arapeí, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Cunha, Guaratinguetá, Lorena e Potim, cinco foram apresentadas na inauguração da nova sede 23º BPMI (Batalhão da Polícia Militar do Interior), em dezembro. “Nesta primeira fase são nove viaturas, mas há uma expectativa de dez a 14 viaturas”, contou o comandante do 23º BPMI, coronel Hélcio Vieira.

Quanto ao reforço policial, um dos maiores déficits da corporação, o coronel ressaltou que dependerá da formação de novos policiais, que substituirão aposentados e outra demanda que será transferida.

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