Com início da estiagem, queimadas clandestinas aumentam na região

Polícia Ambiental inicia operação preventiva “Corta Fogo”, campanha de fiscalização conta com ajuda de satélites, para evitar avanço de ocorrências na falta de chuvas

Trabalho do Corpo de Bombeiros em combate à queimada em Lorena; cidades da região voltam a preocupar com período sem chuvas (Foto: Arquivo Atos)
Trabalho do Corpo de Bombeiros em combate à queimada em Lorena; região volta a preocupar com período sem chuvas (Foto: Arquivo Atos)

Juliana Aguilera
Região

Com o início do período de estiagem, as cidades do Vale do Paraíba entraram em estado de atenção com pontos de queimadas clandestinas. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros de 2017, o maior índice da prática acontece de julho até outubro. A Polícia Ambiental começa neste mês a operação Corta Fogo, com auxílio do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo o sargento Santucci, o Instituto envia pontos localizados pelo satélite para agilizar a fiscalização.

Apesar do aumento de queimadas, o contingente de viaturas na rua continua o mesmo. “A fiscalização é diária. A demanda é através de denúncias e dos pontos enviados pelo satélite”, afirmou. No último dia 30, um trecho na Estrada das Pedrinhas, em Guaratinguetá, foi interditada por setenta metros para retirada de resíduos de bambus que haviam caído no local devido a uma queimada durante a madrugada.

O trânsito foi desviado por horas, mas não houve registro de grandes prejuízos e acidente. O ocorrido entra para os números de 2018, que devem ser fechados em outubro. Segundo dados do 3º Subgrupamento de Bombeiros, em 2017 foram 5.648 ocorrências e 3.846 vítimas. O tenente dos Bombeiros, Raphael Brito, afirmou que os números podem ser ainda mais abrangentes. “Os dados que temos são de quando os bombeiros foram acionados, mas os número absolutos são maiores”.

Brito explicou que os riscos são diversos, desde patrimonial, até ameaças de danos à fauna e flora de florestas. “Guará tem a característica de ter muitos bolsões verdes no meio da cidade, então causa muito transtorno. A fumaça atrapalha residências”.

Já em regiões rurais, o risco é de destruir a vegetação da Mata Atlântica. “Ano passado, tivemos uma experiência em Bananal, em que estava ameaçando o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Felizmente, conseguimos controlar na área de amortecimento, mas seria mais de um século para a natureza se recompor”, explicou.

Em Aparecida, a preocupação é com uma série de nascentes que ficam em uma mata preservada pelo Santuário Nacional. “Existem estudos do Instituto Chico Mendes que, se essa mata for destruída, essas nascentes podem secar ou interromper o abastecimento de água. A gente acha que pegar fogo é só destruir a mata, mas interfere muito mais”, reforçou.

 

 

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