Com dívida de R$ 380 mil com a Prefeitura e prioridade para a Esportiva, Guará vira plano B

Diretor da Garça propõe parcelamento e até veículos como forma de pagamento; prefeito Marcus Soliva estuda possibilidades com João Telê

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Uma reunião na última quarta-feira colocou frente a frente o prefeito Marcus Soliva (PSB), o secretário de Justiça e Cidadania Petrônio Vilela e o diretor do Guaratinguetá, João Telê. No encontro, o Executivo colocou na mesa os valores das dívidas do clube com o poder público e as condições para que a equipe possa voltar a jogar na cidade. A expectativa no Executivo é de contar com o retorno do Tricolor do Vale para o Campeonato Brasileiro, já que no Paulista a prioridade é o acordo com a Esportiva.

Soliva recebeu o diretor do Guaratinguetá em seu gabinete. Depois de uma hora e meia de discussão, João Telê deixou a sede do Executivo esperançoso. De acordo com ele, o encontro foi produtivo. “É um prefeito cordial. Em função disso, ele tem mostrado boa vontade para que a gente solucione a dívida em aberto junto a municipalidade, bem como o retorno à sua cidade de origem que é Guaratinguetá”.

Inicialmente, João Telê revelou que os valores das dívidas são de aproximadamente R$ 200 mil. Os vencimentos são acumulativos e foram herdados do antigo proprietário do clube-empresa, Pedro Panzelli. “Não sabia que eram tão altas”, respondeu Telê.

Questionado sobre o valor, Marcus Soliva confirmou que os vencimentos se estendem desde 2014, mas respondeu que a dívida é ainda mais alta. “Vem desde a gestão Panzelli. As dívidas corrigidas são de R$ 380 mil e são referentes ao aluguel do estádio e contas de água e luz”.

O prefeito contou que João Telê propôs o parcelamento do débito. O diretor do Guaratinguetá teria até oferecido veículos como forma de pagamento. A proposta será estudada pelo jurídico, já que a Prefeitura não pode pegar veículos como parte de pagamento.

“Existe o interesse do clube em saldar a dívida e estamos alinhando isso. Ele (Telê) me ofereceu ônibus como forma de pagamento. Para nós, seria interessante ter alguns ônibus para transporte de atletas amadores e até para montarmos a unidade volante da saúde”, completou.

O retorno do Guaratinguetá à cidade está diretamente ligado ao acordo entre o Executivo e o clube. Se as partes chegarem a um acordo, a equipe volta ao Ninho da Garça. Se não houver negócio, o time deverá continuar distante do Vale do Paraíba.

O Guaratinguetá terá duas competições oficiais neste ano. O time vai disputar a Série B do Campeonato Paulista, equivalente a quarta divisão, e também a Série D do Campeonato Brasileiro, quarto nível do futebol nacional.

Para voltar, o time de Telê terá que aguardar a finalização da negociação entre Soliva e outro time da cidade. Durante uma coletiva de imprensa, o prefeito informou que entre os projetos apresentados, o que estaria mais próximo é o da Esportiva. Apesar da direção do clube ainda não ter pago os R$800 mil referentes à filiação, o líder pelo movimento de retorno do time vermelho e branco garante que o valor será acertado e os investidores serão apresentados ao prefeito.

Soliva confirmou uma reunião para este sábado entre a gestão municipal, Francisco Gonçalves, responsável pelo projeto da Esportiva, e seus investidores.

Aos jornalistas presentes, o prefeito chegou a contar que Gonçalves garantiu que um investidor chinês está por trás do negócio, e inclusive, pretende modernizar o estádio municipal ou até mesmo construir uma arena na cidade.

Outras informações passadas por Soliva referentes à Esportiva são as de que os ex-jogadores César Sampaio (volante da Seleção e do Palmeiras nos anos 1990) e Alex, ex-meia do Palmeiras, Cruzeiro e Seleção, também estariam envolvidos. Uma reunião prévia da Série B do Campeonato Paulista está marcada para o próximo dia 26. Se até lá a Esportiva não tiver quitado a filiação, o projeto seguirá engavetado e o Guaratinguetá ganha espaço para voltar à cidade ainda no Campeonato Paulista da Série B, ao lado do outro time do município, o Manthiqueira.