Aglomeração de moradores de rua em Guará gera pânico na população
Moradores e comerciantes cobram ações sociais do poder público
Carlos Pimentel
Guaratinguetá
A aglomeração de moradores de rua em alguns pontos de Guaratinguetá tem causado transtornos a moradores e comerciantes destas localidades. O consumo de álcool e drogas, prostituição e barulho excessivo são as principais queixas da população.
Um dos pontos em destaque é a praça que fica ao lado do Terminal Rodoviário da cidade. Conhecida como praça do Relógio, concentra grande quantidade de pessoas durante o dia e a noite, ingerindo bebidas alcoólicas em excesso e consumindo drogas. Às margens do Ribeirão dos Motas, que passa ao lado da praça, foi feito um barraco onde, segundo moradores, estas pessoas estavam ‘morando’ e entrando para fazer sexo e consumir drogas. Nesta semana, a Polícia Militar esteve no local e fez um trabalho de identificação destas pessoas, e uma máquina de uma empresa terceirizada da Prefeitura que estava no local demoliu este barraco.
Segundo o morador do local, Pedro Bittencourt, a Polícia Militar foi acionada, pois a situação estava insustentável. “Todas as pessoas que passam pela praça tem que ‘pagar um pedágio’ com dinheiro ou cigarro. Aqui você vê de tudo, pessoas embriagadas fazendo uma algazarra tremenda, mulheres levantando o vestido, além de brigas constantes entre eles. Fizeram um barraco ao lado do rio e fazem sexo lá. Todo dia eu levanto cedo e tenho que varrer preservativos jogados na porta da minha casa. A polícia fez o que estava ao seu alcance, mas eles prometeram voltar. É preciso uma intervenção mais eficaz neste caso”, comentou.
Um comerciante que preferiu não se identificar ressaltou que se trata de um local de grande movimentação, pois fica ao lado do Terminal Rodoviário da cidade, além de ser rota para a Santa Casa de Misericórdia e delegacia, além de estar em frente à uma escola. “É triste ver isso bem na entrada da cidade, que é o cartão de visitas. É preciso que seja feita uma ação social com estas pessoas que são seres humanos e precisam de um carinho, além do que se tirá-los daqui, eles vão parar em outro lugar. Tem que ser feito um trabalho social intenso neste caso”.
O comerciante afirmou que a cada dia chegam mais pessoas ao local. Segundo ele, a Prefeitura fez uma revitalização na Praça 15 de Novembro, localizada em frente à Santa Casa, onde havia muitos moradores de rua e usuários de drogas, e essas pessoas vieram para a praça do Relógio. “A Prefeitura neste caso apenas tocou essas pessoas de lá e vieram parar aqui. Se não fizer um encaminhamento com eles, o problema vai persistir, só vai acontecer em outro local”.
A moradora do bairro São Dimas, Claudia Duarte, afirmou que moradores de rua fizeram um barraco ao lado da quadra de esportes do bairro. Segundo ela há consumo de drogas, propagação de palavrões e cenas íntimas. “Como eu vou levar meu filho pequeno para brincar na quadra, sendo que ficam pessoas bêbadas ali, mexendo com as pessoas, consumindo drogas e proferindo palavras de baixo calão. É preciso que alguma atitude seja tomada com urgência”.
A Prefeitura informou que realiza triagem com estas pessoas para obtenção de nomes, tempo de permanência no local, se possui família e se tem moradia. Apurados esses dados, a secretaria de Assistência Social, inicia os primeiros contatos para localização de familiares desses moradores de rua, na tentativa de reconstruir os seus laços afetivos. O esforço é no sentido de recuperar essas pessoas, contando com o apoio de suas famílias.
Para as pessoas que perambulam pelas ruas de Guaratinguetá são providenciados banho, alimentação e passagem para esses imigrantes, por meio do CREAS (Centro de Referência Especializada de Assistência Social).
Para os moradores de rua que têm suas famílias em Guaratinguetá, todo o esforço é feito para uma reaproximação familiar, pois a ressocialização é a meta da secretaria de Assistência Social.