Santa Casa de Cruzeiro afunda em dívidas

Mesmo com intervenção, Prefeitura deixou de repassar mais de R$ 3 milhões para a entidade nos últimos oito meses

Entrada principal da Santa Casa de Cruzeiro, que está fechado há quase dois meses; dívida chega a ultrapassar R$ 20 milhões (Foto: Maria Fernanda Rezende)
Entrada principal da Santa Casa de Cruzeiro, que está fechado há quase dois meses; dívida chega a ultrapassar R$ 20 milhões (Foto: Maria Fernanda Rezende)

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Há quase dois meses com o Pronto Socorro fechado, a Santa Casa de Cruzeiro sofre com os problemas financeiros que parecem bem longe de uma solução. Desde outubro de 2015, a Prefeitura soma uma dívida de mais de R$ 3 milhões em repasses para a entidade, que já ultrapassou a casa dos R$ 20 milhões em pendências.

No ano passado, no período em que o vice-prefeito Rafic Simão (PMDB) esteve à frente da gestão do município, o Executivo implantou a intervenção da Santa Casa, tomando para si a responsabilidade de administrar a instituição. Para o procurador jurídico Magno José de Abreu, esse ato foi um erro porque “a Prefeitura não goza de saúde financeira para arcar com repasses adicionais à Santa Casa no montante que se fazia necessário”.

Segundo a então secretária de Saúde Ana Inês Costa, que deixou o cargo na última quarta-feira, em decorrência do repasse apenas parcial, hoje, a entidade contraiu grandes dívidas, deixando em falta cestas básicas, atraso no salário de médicos e funcionários, além do corte na alimentação de quem trabalha no local.

Nos últimos dias no cargo, a secretária destacou que as únicas formas de atendimento da Santa Casa, urgência e emergência, correram o risco de serem paralisadas. “Conseguimos fazer uma pequena compra de medicamentos na semana passada. Tem medicamento que precisamos para fazer centro cirúrgico e UTI. Não foi o ideal, foi muito abaixo do que deveria ser comprado, mas pelo menos nós conseguimos um fôlego para manter esse serviço aberto” comentou.

Em audiência pública no último dia 17, foram propostas formas para manter hospital funcionando, como um acordo com as cidades vizinhas que têm a Santa Casa de Cruzeiro como referência, para doação de cestas de insumos. Também a disponibilização de consultas, exames laboratoriais, diagnóstico por imagem e pequenas cirurgias a “preços acessíveis”, como forma de angariar fundos.

Segundo o vereador Antônio Carlos Marciano (PROS), será sugerido à Prefeitura a criação de um grupo de apoio e suporte de ações em prol da entidade. O grupo seria formado por representantes de diversos segmentos do município e fiscalizar o portal da transparência que foi criado para a Santa Casa e até o momento não foi utilizado.

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