Polícia investiga denúncia de medicina ilegal em Cruzeiro
Empresa nega prestação de serviços à Santa Casa e Prefeitura; médicos acusados têm histórico de fraudes

Andreah Martins
Cruzeiro
Mais uma vez a saúde de Cruzeiro ganha nova repercussão na série de denúncias e protestos, que marcaram o ano na cidade. Além de dívidas milionárias e falta de pagamentos aos funcionários, a entidade agora enfrenta problemas com a Justiça, com envolvimento de profissionais que estariam atuando sem regulamentação.
Por meio de denúncia, dois médicos que trabalham no Pronto Socorro da entidade foram levados para o 3º Distrito Policial para prestar esclarecimentos na última sexta-feira. Os acusados são Lavosier Tavares de Andrade e Bertino Rumarco da Costa, investigados por exercício ilegal da medicina.
Ambos estão ligados a denúncias de fraudes em outras cidades. Rumarco já foi preso no ano passado pelo mesmo motivo que está sendo acusado. Na época, ele foi ligado à empresa ICV (Instituto Ciências da Vida), em Caratinga, Minas Gerais. Já Tavares foi denunciado em Franca, interior de São Paulo, também no ano passado.
O caso gerou repercussão na cidade, na manhã da última sexta-feira. A população usou as redes sociais para questionar as acusações contra os eventuais falsos médicos.
Os acusados foram levados para o DP por volta das 10h. Eles prestaram depoimento e foram liberados mais de quatro horas depois. O atendimento na Santa Casa seguiu normalmente.
Cidade como empresa contratada pela Prefeitura para gestão de médicos no hospital, a USA (União Saúde Apoio), negou qualquer ligação com a administração municipal ou com a Santa Casa.
Procurados pela reportagem do Jornal Atos, a empresa garantiu que teve o nome utilizado de forma irregular, já que não formalizou nenhum tipo de contrato com a Santa Casa. “Em nenhum momento a presidência ou a diretoria formalizou acordo com prefeito ou qualquer outra pessoa representando Cruzeiro”, destacou um funcionário da USA, por telefone.
Ainda segundo a fonte, a notícia “assustou a empresa”. “Descobrimos através da mídia, que envolveu a USA. Foge do nosso conhecimento a informação de qualquer funcionário que possa ter feito um contrato de prestação de serviços junto ao município. Ninguém que tenha esse poder tomou qualquer iniciativo, nem a cidade nos procurou”.
O site de notícia “A Gazeta RM” publicou uma nota enviada pela USA, em que a empresa destaca que “jamais delegaríamos sem qualquer respaldo, um serviço tão relevante quanto o de saúde, a terceiros sem aprovação por nossa Assembleia Geral ou sem um procedimento previamente estabelecido e que assegure a qualidade e o compromisso de prestação de serviços…” e ainda que “estamos tomando todas as medidas cíveis e criminais necessárias à averiguação do ocorrido, a fim de assegurar a transparência e a solidez de nossas ações”.
A secretaria de Saúde e o Cremesp (Conselho Regional da Medicina de São Paulo) também foram procurados pela reportagem, mas não responderam até o fechamento desta edição. O delegado do 3º DP, Geraldo José da Silva, responsável pela investigação, preferiu não comentar o caso.
Legal.
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