Kleber, Thales e Câmara são alvos em debate de Cruzeiro
Discussões no segundo encontro entre candidatos apontam falta de propostas para a cidade
Kassiane Ribeiro
Cruzeiro
O embate político esquentou a tarde do último sábado (28) em Cruzeiro, durante o debate organizado pela Rádio Mantiqueira. Apesar de pautar as propostas de governo, ataques pessoais dominaram as discussões. Entre os principais alvos, o atual governo de Thales Gabriel Fonseca (PSD), seu candidato à sucessão, Kleber Silveira (PL), e a Câmara.
A avenida Major Novaes foi tomada pelas cores e bandeiras das campanhas de Silveira e de Diego Miranda (Novo), momentos antes do início do debate. Com entradas mais discretas, Pastor Gerson (DC) e o vereador Fafá (PDT) subiram o tom logo no primeiro bloco. Enquanto Fafá apresentava propostas sobre investimentos para indústrias, Gerson foi mais enfático nas críticas, citando o uso de drones para mapeamento de residências e novos cálculos do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
Educação, polo industrial e saúde foram alguns dos temas levantados pela produção do encontro.
No primeiro confronto direto, Miranda citou os problemas do turismo. “Voltamos à estaca zero”, criticou em relação à 2017, quando ocupou a diretoria da pasta durante o primeiro mandato de Fonseca. Kleber Silveira ressaltou obras de revitalização.
Já no embate entre Fafá e Gerson, o Pastor provocou. “Avançando a cidade de Cruzeiro? Para onde?”. O vereador do PDT aproveitou a pergunta sobre habitação para apresentar uma denúncia feita ao Ministério Público sobre suposto enriquecimento ilícito do atual prefeito. “Não é possível ganhar oito anos de salário e ter tantos imóveis no nome de um gestor”. Gerson respondeu com outra acusação, dessa vez, ao candidato Kleber. “Como pode administrar nossa cidade se tem os bens parcialmente bloqueados?”.
Durante seu direito de resposta, Kleber apontou que o processo citado “não houve dolo e está se findando”.
Quando abordado o tema de valorização do esporte, Miranda fez duras críticas ao fechamento da ESC (Escola Superior de Cruzeiro), que teve as aulas suspensas em janeiro de 2023 com um acúmulo de R$ 20 milhões em dívidas. Silveira abordou reformas de centros esportivos, investimentos em infraestrutura e a reabertura da piscina municipal.
O debate contou com um bloco feito somente pelos candidatos à vice-prefeito, que focou principalmente na apresentação dos quatro ocupantes ao cargo: Ailton Jacaré (DC), o radialista Zé Rogério (PSD), Juarez Juvêncio (Pode) e o Professor Kleber (Rede). Bloco esse que acabou com microfones cortados e xingamentos como “mentiroso”, após nova discussão entre Gerson e Silveira.
A Câmara entrou na pauta dos ataques, quando Pastor Gerson alegou negligência do Legislativo pela aprovação de contas do Executivo, e acusou o vereador Diego Miranda de ter votado favorável para receber um cargo no Turismo. “Respeito sua intenção de tentar tirar a gente do sério para fazer um formato de show”, respondeu o vereador, em tom de sátira.
Após o debate, Fafá considerou as acusações como parte do processo, mas refutou as críticas à Câmara. “Fui o vereador que mais fiscalizou o honorário público do atual governo”.
Já Miranda, pontuou o encontro como produtivo. “Trouxemos a nossa proposta e nosso plano de governo, feito a mais de ‘duzentas mãos’”.
Pastor Gerson ressaltou a necessidade de esquentar o debate para expor suas alegações contra o candidato da situação. “Por isso eu fui veemente com relação ao Kleber, que está com problemas seríssimos no Ministério Público com relação a sua gestão”.
Silveira avaliou que os ataques são parte da política, mas lamentou que eles fossem o centro da conversa. “Infelizmente tem pessoas que vêm só para atacar. Enquanto eles atacam, a gente entrega uma obra”.