Famílias de Cruzeiro são novas vítimas do ‘Golpe da UTI’
Estelionatários pedem depósito bancário em nome da Santa Casa para realização de exames; valor extorquido chega a R$ 1,5 mil
Da Redação
Cruzeiro
Duas famílias de Cruzeiro são as mais novas vítimas do “Golpe da UTI”. Parentes de pacientes internados na Santa Casa da cidade caíram, na tarde da última segunda-feira, na estratégia do grupo que vem acumulando casos na região.
Os estelionatários seguiram os mesmos passos de golpes aplicados em Pindamonhangaba e Lorena, em janeiro e março respectivamente. Usando o nome de um suposto médico da Santa Casa, a quadrilha pediu um depósito de R$ 1,5 mil para realização de um exame.
Aproveitando do desespero dos familiares de uma senhora de 81 anos, internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, o criminoso, que se identificou como sendo dr. Marcelo Cezarini, pediu o montante para fazer um exame de urgência na paciente. Segundo ele, o hospital não teria estrutura para realizar o procedimento.
Sem pensar muito, e por estarem fragilizados com a situação, os filhos da paciente foram até uma lotérica, efetuaram o depósito e só depois foram até a entidade, onde descobriram se tratar de uma fraude.
Filha da senhora de 81, Silvéria Caetano relatou que tudo foi muito rápido e a pessoa que se passava por médico, sabia detalhes da paciente, por isso foi ainda mais convincente. “Eles ligaram de tarde, e falaram tudo certinho que minha mãe tem. Eu rapidamente pedi para o meu irmão fazer o depósito porque o suposto médico disse que se não fizesse o procedimento ela poderia morrer em menos de vinte dias”.
O dinheiro foi depositado em uma conta poupança na cidade de Rondonópolis, no Estado do Mato Grosso, e o DDD na ligação era da mesma cidade. Após constatarem a fraude, representantes da Santa Casa e familiares foram até a polícia registrar o boletim de ocorrência.
A segunda família contatada pelos criminosos conseguiu se antecipar e não teve prejuízos financeiros.
Em nota oficial, a direção da Santa Casa afirmou que a cobrança por qualquer procedimento, principalmente exames, à pacientes internados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é caracterizado crime e que “em hipótese alguma faz cobranças para realização de qualquer que seja o procedimento médico, e até mesmo realização de exames”.
O hospital, que enfrenta séria crise financeira e é administrado desde outubro por um sistema de intervenção da Prefeitura, garantiu ainda que todas as providências legais já foram tomadas, inclusive a família que foi lesada já prestou esclarecimentos à Polícia Civil.
