Benefício aos metalúrgicos deve injetar R$ 11,5 milhões na economia de Cruzeiro

Após negociações, categoria recebe R$ 2,5 mil de participação nos resultados das empresas Iochep e Amsted

Vista da área de produção da Iochpe Maxion; metalúrgicos devem receber a PRO a partir desta sexta-feira (Arquivo Atos)

Rafael Rodrigues
Cruzeiro 

As duas maiores empresas de Cruzeiro começam a pagar nesta sexta-feira (4) a PRO (Participação nos Resultados Operacionais) 2020 aos seus mais de 4,5 mil funcionários. Com isso, a expectativa é de que sejam injetados cerca de R$ 11,5 milhões na economia de Cruzeiro.

Mesmo com a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, a negociação entre empresas e o Sindicato dos Metalúrgicos conseguiu chegar ao valor de R$ 2,5 mil. Mas o valor é aproximadamente 59% menor do que o conseguido pelos trabalhadores no ano passado, quando foi pago cerca de R$ 6 mil a cada metalúrgico.

A economia brasileira entrou oficialmente nesta semana em recessão técnica, após tombo recorde do PIB (Produto Interno Bruto) de 9,7%, no segundo trimestre do ano, em comparação com os três primeiros meses do ano, o que para o presidente da entidade que representa a categoria, Jacy Cleber Mendes, seria uma vitória o pagamento do valor, ainda mais se levado em consideração o fato da indústria e serviços terem sido os setores que mais impulsionaram a baixa da economia brasileira no período. “Muitos trabalhadores nem acreditavam que teríamos PRO esse ano. Temem pelos empregos nesse momento de crise, mas felizmente conseguimos até agora segurar todas as vagas desde o início da pandemia, e agora teremos a participação desse ano”, comemorou Mendes.

Ainda assim, não são poucos os trabalhadores que acreditam que a negociação poderia ter sido melhor. “Praticamente 90% das pessoas que eu conheço não ficaram satisfeitas. Achavam que podia ser mais. Achamos a negociação um pouco estranha, pois fizeram uma proposta de R$ 2,5 mil e não houve nenhuma outra, e não sabíamos o que poderia acontecer”, contou um trabalhador da empresa, que preferiu não se identificar.

Outro funcionário da Amsted, que também não quis se identificar, engrossou o coro sobre a possibilidade de valores mais elevados. “Mas dentro do cenário que estamos passando e tendo em vista os contratos que foram cancelados, acho que foi um valor razoável”, avaliou.

Mendes disse que conseguiram chegar ao valor após várias reuniões com a diretoria das empresas. Aparentemente, segundo ele, não haveria o pagamento em 2020, mas após verificar os lucros das metalúrgicas, iniciou-se as rodadas de negociação. “Levamos esses valores para os trabalhadores. Fizemos uma eleição online, para que pudesse ser aprovado e 97% aceitaram as condições para esse ano, frente ao quadro que estamos passando”, explicou.

 

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