Após três meses de atraso, estudante recebe insulina em Cruzeiro

Tratamento de diabetes, cedido por ordem judicial, ainda tem falta de estrutura para a paciente

Andreah Martins
Cruzeiro

A situação da saúde na cidade ainda continua sendo problemática básica para a administração pública. Com o déficit no atendimento, moradores recorrem às redes sociais para expor indignações, na tentativa de um esclarecimento ou uma solução. Um dos casos que foi a público é o de uma estudante que há três meses não recebia medicamento que deveria ser cedido gratuitamente por meio de ordem judicial.

Flaviane Gonçalves é portadora da Diabetes tipo 1 há nove anos. O diagnóstico e o início do tratamento foram pelo SUS (Sistema Único de Sáude).

Ela foi aconselhada a entrar com processo judicial para conseguir os medicamentos e insumos gratuitamente. “Na época não havia ninguém com trabalho fixo em casa. Depois de dois anos, meu pai conseguiu emprego e comecei com o tratamento pelo convênio, mas os remédios e insumos sempre foram oferecidos mediante ação judicial pelo governo e retirados na Farmácia Municipal”, contou a estudante.

Os produtos do tratamento cedido à jovem são as seringas, tiras reagentes para testes de glicose, lancetas, agulhas e as insulinas Novorapid e Lantus.

Mas a moradora conta que há três meses a família tem se desdobrado para comprar a Lantus, que não estava sendo fornecida. “Os insumos não costumam faltar, às vezes, um ou outro. Tentei ficar sem a Lantus por duas semanas e minha visão começou a ser afetada. Desde então meus pais tentam manter o uso da insulina que não está sendo fornecida”.

Ela levou a situação a público devido ao alto custo das medicações e o fato de que deveria receber o benefício por ordem judicial, devido à dificuldade da jovem em manter financeiramente o tratamento. “Minha mãe foi há pouco tempo demitida e estou há sete meses desempregada. É um descaso total com quem precisa”, indagou.

Flaviane contou ainda que parou de ir até a Farmácia para tentar retirar o medicamento, já que o discurso era sempre o mesmo. Pediam a ela para retornarem em dois ou três dias.

Na última terça-feira a Prefeitura informou que já havia conseguido adquirir a medicação e que seria entregue naquele dia à Flaviane, que contou que foi até o local e conseguiu receber a Lantus, na quarta-feira, mas que faltaram as tiras reagentes. “Sempre falta alguma coisa”, completou.

A Lantus é uma insulina de longa duração que controla o alto nível de açúcar no sangue. Na farmácia popular o frasco com 3ml dura em média dez dias e custa um pouco mais de R$ 100. Existe também a medicação com 10 ml, que tem custo entre R$ 300 a R$400. “No primeiro mês eu ganhei um frasco com 10ml, que durou quase dois meses. Mas já devo ter comprado umas três ou quatro durante esse período”, relatou a estudante.

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