Após longa negociação com o Estado, Cruzeiro implanta Atividade Delegada

PM´s reforçam fiscalização de leis municipais; Prefeitura não revela número de contratados para início das ações

A 4ª Companhia de Polícia Militar em Cruzeiro; cidade anuncia sistema de Atividade Delegada (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Cruzeiro 

Apontada por dados estaduais como uma das cidades mais violentas da região desde o ano passado, Cruzeiro ganhou na última semana um reforço na segurança. Depois de mais de quatro anos de negociação com o Estado, a Prefeitura anunciou a implantação da Atividade Delegada, em apoio ao efetivo policial.

Conhecida como “bico oficial”, a Atividade Delegada possibilita que policiais militares, de folga, sejam contratados pelas Prefeituras para atuarem no combate à criminalidade e na fiscalização ao cumprimento de leis municipais.

Desde janeiro de 2017, o Jornal Atos acompanha as ações do prefeito Thales Gabriel Fonseca (PSD), na tentativa de celebrar um convênio com o Estado para a implantação do sistema, como reuniões com o comando da Polícia Militar e representantes da secretaria estadual de Segurança.

O trabalho surtiu efeito. Na última quarta-feira (31), a Prefeitura confirmou a implantação.

De acordo com o assessor da secretaria de Segurança Pública de Cruzeiro, Sérgio Blóis, os PM´s contratados atuarão, principalmente, junto às equipes municipais em ações de fiscalização contra o comércio ambulante clandestino e de veículos com sons automotivos, que ultrapassem o permitido pela lei municipal de ruídos sonoros. “A vantagem é que apesar dos contratados estarem focados nestas duas ações previstas, eles seguem sendo PM´s 24 horas por dia, podendo atuar na prisão de criminosos e apreensão de objetos ilícitos, como armas e drogas. Certamente, isto acabará refletindo no aumento da segurança no município”, ressaltou Blóis.

Perguntado pela reportagem sobre a quantidade de profissionais que serão contratados para integrarem a Atividade Delegada e o investimento municipal aplicado no convênio, o representante do Executivo não revelar. Ele afirmou que o número de policiais é alocado de acordo com as operações, definidas há cada 15 dias durante reunião da pasta com a PM, e por questão de segurança é mantido em sigilo.

Violência – Segundo os dados da secretaria de Segurança Pública do Estado, Cruzeiro registra no primeiro bimestre deste ano cinco vítimas de homicídio doloso (quando existe a intenção de matar). O número é o mesmo contabilizado nos primeiros dois meses de 2020.

O índice atual coloca a cidade como a sexta mais violenta do período na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), formada por 39 municípios.

Em contrapartida, os crimes contra patrimônio registraram quedas em janeiro e fevereiro em comparação ao mesmo período do ano passado. O índice de roubos caiu 41%, despencando de 39 para 23 e o de furtos reduziu 20%, passando de 135 para 108 ocorrências.

Já em 2020, Cruzeiro fechou o ano como a quarta cidade com mais vítimas de assassinato na região, atingindo a marca de 33 casos. O índice superou em 13% o de 2019, quando 29 moradores foram assassinados.

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