Após críticas, vereadores retomam investigação em verba do Fundeb em Cruzeiro
Prefeitura teria aplicado recursos da educação em serviços de limpeza; CEI apura denúncias
Da Redação
Cruzeiro
Depois de receberem duras críticas da população, os vereadores de Cruzeiro resolveram retomar a denúncia de mal uso do dinheiro do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) por parte da Prefeitura. O governo de Ana Karin Almeida (PRB) é acusado de usar os recursos para outras finalidades que não a educação e vai responder a CEI (Comissão Especial de Inquérito).
Na sessão da última segunda-feira, os parlamentares decidiram, por unanimidade, abrir a investigação para apurar as denúncias. Uma semana antes, apenas o vereador Juarez Juvêncio (PSB) havia se posicionado favorável a abertura da apuração, mas através de outro procedimento, uma CIP (Comissão de investigação e Processante), o que de acordo com os demais vereadores, não era o ideal para realizar a apuração desses fatos especificamente.
O presidente da Câmara, Diego Miranda (PSDB) afirmou que dessa vez o procedimento adotado favorece mais o trabalho de investigação. “Voltamos a discutir o assunto e decidimos então por unanimidade abrir uma CEI para apurar eventuais disparidades aplicadas nos recursos e metragem aplicadas nas notas fiscais”.
O pedido foi feito pelo vereador Antonio Carlos Marciano (PROS), que alegou no documento a necessidade de se investigar a aplicação dos recursos, no pagamento de uma empresa contratada para limpeza pública. Entre os serviços, trabalho de capina.
Segundo ele, em um período entre os anos de 2015 e 2016 esse serviço foi pago com recursos do Fundeb, sob alegação da Prefeitura de que a limpeza seria realizada em escolas e creches do município.
O ponto de dúvida que deve ser questionado durante apuração é o fato de que a metragem da limpeza efetuada nas escolas, corresponde quase que com a metragem de toda cidade. De acordo com o documento apresentado pelo vereador, a metragem que consta no contrato para limpeza de todas as 35 escolas está em torno de 201 mil m² quadrados, enquanto em todo município a medição que consta em outro contrato de contratação de limpeza é de aproximadamente 218 mil m².
Ainda de acordo com o documento, ao todo foram pagos com dinheiro do Fundeb, R$ 545 mil para realização do serviço, correspondendo a um gasto de mais de R$16 mil por escola.
A comissão tem três meses para finalizar os trabalhos de investigação. A Prefeitura de Cruzeiro foi procurada para se manifestar contra as acusações, mas até o fechamento dessa edição não houve resposta.
