Servidores de Cachoeira Paulista seguem em greve por melhorias e pagamentos

Salário, vale refeição e condições de trabalho estão entre reivindicações apresentadas à Prefeitura; Mineiro garante que orçamento deficitário impediu reajustes e melhor vale

Protesto realizado pelos servidores públicos em Cachoeira; em busca de melhorias trabalhadores fazem greve (Foto: Reprodução)

Gabriel Mota
Cachoeira Paulista

Liderados pelo Sindicato de Servidores Públicos Municipais, funcionários da Prefeitura de Cachoeira Paulista iniciaram greve na última quinta-feira (6). As reivindicações englobam diversos setores comandados pelo Executivo e as paralisações ocorrem principalmente na Saúde e Educação. O prefeito Antônio Carlos Mineiro (MDB), no entanto, afirmou que todas as questões trabalhistas estão dentro da legalidade.

O grupo pede aumento salarial, melhoria na quantia do vale refeição, a elaboração de um plano de carreira para todos os cargos com a participação do sindicato, referência automática, melhores condições de trabalho e também se queixa de assédio moral, afirmando que alguns servidores são alvo de perseguição.

A presidente do sindicato, Heloiza Hummel, que assumiu o órgão no final de 2020, contou que as tratativas com a Prefeitura ocorrem desde 2021. “Esta greve foi motivada pelo fato de nós, servidores, estarmos desde o ano passado dialogando com o Executivo e eles nos dizendo que não tem orçamento. Nós sempre ficamos para o ano que vem, mas esse ano nunca chega”.

Um ofício foi enviado pelo sindicato à Prefeitura, na última semana, comunicando o início da greve. Às 7h de quinta-feira, trabalhadores se organizaram em protesto na praça Prado Filho, no Centro. Segundo a presidente, as unidades escolares atenderão em horário reduzido, os transportes com veículos municipais serão diminuídos a 30%, assim como o quadro de funcionários das Estratégias de Saúde da Família.

Os transportes essenciais, como no atendimento em hemodiálise, quimioterapia, radioterapia, as transferências e as altas hospitalares que necessitarem de ambulância continuaram normalmente.
“Não tem tempo para terminar, uma vez que nós vamos aguardar que o Município nos chame para conversar. Esperamos que isso não demore, porque nós sabemos que a população é a que mais sofre com toda essa situação” informou Heloísa Hummel.

Durante entrevista ao Atos no Rádio, também na quinta-feira, o prefeito, acompanhado do secretário de Finanças do município, Thales Satim, explicou que não é possível atender a todas as reivindicações no momento devido à crise econômica enfrentada pelo Município, que iniciou a atual gestão com dívida de R$ 93 milhões entre funcionalismo e fornecedores. Mineiro negou as acusações de perseguição a funcionários do Executivo.
“A gente tem levado muito a sério, mas tem coisas que a gente não consegue cumprir nesse momento. O vale alimentação era R$ 140 quando assumimos e nós deveríamos dar um aumento de R$ 20, seguindo o INPC, mas foi para R$180 e já prometi R$ 250 para o ano que vem” disse Mineiro sobre as discussões com o sindicato.

Em nota publicada nas redes sociais, a Prefeitura respondeu sobre as reivindicações. O Executivo afirmou que, em 2022, a reposição inflacionária geral foi de 10,19% e que, até março de 2023, todos os funcionários devem receber o pagamento da referência, independentemente do número da referência.
“Nós já fizemos a licitação do plano de carreira e já tem uma empresa vencedora. Está naquele prazo de recurso. E isso engloba tudo. As referências de toda a Prefeitura, que precisa se reestruturar” completou o prefeito sobre outra reivindicação feita pelos servidores.

Novos desdobramentos são esperados para a próxima terça-feira (11), quando será realizada uma audiência para discutir as reivindicações do sindicato na Justiça Trabalhista de Campinas.

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