Secretário é alvo de denúncia de assédio à funcionária em Cachoeira
Acusação alega que mulher recebia cantadas na garagem municipal; Prefeitura mantém silêncio sobre caso
Jéssica Dias
Cachoeira Paulista
Uma denúncia de assédio está movimentando Cachoeira Paulista nos últimos dias. Uma funcionária da Garagem Municipal acusou o secretário de Transportes e Infraestrutura, ‘GQ’, de aliciá-la.
A funcionaria contou que os elogios já estava acontecendo há algum tempo. “Começou com elogios. Você acha que elogio é uma coisa simples, mas aí começou a ser demais, a passar dos limites. Chegava e me chamava de paixão. ‘Nossa tá linda hoje’. ‘Oi meu amor, tudo bom?’ ‘Gatona’ (sic). Um dia eu estava na cozinha tomando café e ele falou ‘queria levar você pro São Miguel comigo’. Quando eu ia limpar o escritório, ele ficava mandando beijo, piscando. Ele sabia que eu sou casada, não sei porque fazer essas brincadeiras idiotas”.
Segundo a denunciante, com o tempo, o secretário passou a tentar contato físico. “Começava chegar pra trabalhar e ele sempre dava um jeito de ficar no caminho pra esbarrar em mim”, revelou a funcionária, que contou ainda que após os ocorridos se tornarem frequentes, procurou ajuda na Prefeitura. “Procurei o vice-prefeito Domingos Geraldo, no dia 5 de maio, mas os elogios já estavam acontecendo há quase um mês. Marcamos duas vezes para conversar, pra ver se ele podia me ajudar, mas ele não compareceu. Resolvi ir atrás do advogado”.
O advogado responsável pelo caso, Rodolfo Barbosa, explicou que a ação tramita em segredo de justiça. “Foi concedida uma liminar a favor da vítima e já existe uma audiência marcada para outubro. Ela passou no médico do trabalho da Prefeitura e estava com um dano psicológico muito forte. O médico achou melhor afastá-la por 15 dias (ela voltou ao trabalho na última quarta-feira)”, revelou.
À reportagem do Jornal Atos, a denunciante contou que, após o prefeito Edson Mota (PR) ficar sabendo do ocorrido, ele teria procurado a vítima para saber o que havia acontecido. “O prefeito veio conversar comigo. Contou que já aconteceu outros casos, e teve que mandar ele (‘GQ’) embora. Disse que ele tem problema (o caso teria ocorrido durante o governo de Bastos em Silveiras). Então, pra não precisar mandá-lo embora, me mudou de setor”.
A funcionária foi transferida para a secretaria de Agricultura da cidade. “Eu fiquei muito triste, fui embora da Garagem chorando. Cinco anos que trabalho na Prefeitura, sempre trabalhei no meio de homem e nunca passei por nada disso”, lamentou. “Os homens, muito pelo contrário, sempre me respeitaram, nunca me desrespeitaram dessa forma”.
Depois de esperar uma atitude mais severa por parte do prefeito, a vítima deu continuidade ao processo. Ela apontou problemas do dia a dia na garagem, onde não haveria nem mesmo banheiro feminino, o que obriga as funcionárias a usar o mesmo espaço dos chefes. “Um dia fui entrar no banheiro estava tudo apagado, não dava pra ver se tinha alguém. Eu entrei e ele (‘GQ’) estava saindo. A partir desse dia fui atrás do pessoal da segurança do trabalho pra pedir um banheiro só pra mim”.
Na última sexta-feira o advogado de acusação solicitou uma liminar por analogia a Lei Maria da Penha, com ação na esfera trabalhista, de indenização por dano moral e por assédio sexual. Uma sindicância, solicitada pelo prefeito, não teria chegado oficialmente ao escritório de Barbosa. “Estão tentando transformar isso em um fato político, e não é”, garantiu.
A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com a Prefeitura por meio de ligações telefônicas e e-mail, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Em contato com a Garagem Municipal, um funcionário garantiu que ‘GQ’ não trabalha no local.
Gostaria q vc dessem uma olhada na minhas publicaçoes no observatorio de honestidade de cacachoeira,a partir da data de 25/05
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