Operação em Cachoeira apura envolvimento de vereador em desvio de verba para atendimento contra Covid-19
Apuração da PF aponta que esquema de corrupção entre 2017 e 2020 teria desviado até 10% de cada repasse de contrato na Saúde
Da Redação
Cachoeira Paulista
Uma operação da Polícia Federal apura denúncias de desvio de verbas encaminhadas para reforço da estrutura de atendimento contra a Covid-19 em Cachoeira Paulista. A investigação foca um esquema que estaria fraudando o repasse para a saúde, com participação ativa do vereador Leo Fênix (PSB) e de um servidor da Prefeitura.
A Prefeitura, secretaria de Saúde e a residência do parlamentar (que fica em Lorena) foram alvos da passagem da PF na manhã desta terça-feira (31). De acordo com a denúncia, Léo Fênix e o servidor cobravam comissão para favorecer uma empresa, contratada para o fornecimento de medicamentos e insumos para a rede municipal de Saúde.
São quatro mandados de busca e apreensão, além de medida cautelar de afastamento de função pública e proibição de ingresso em repartição pública. A operação, batizada de “Commission” (que em latim, significa comissão), apurou até o momento que os investigados utilizavam de “… facilidades proporcionadas pelo cargo, para favorecer a contratação de determinada empresa para fornecimento de medicamentos e insumos médico-hospitalares destinados ao combate à Covid-19… (trecho de nota da Polícia Federal)”.
A PF destacou ainda que como contraprestação, os investigados exigiam o pagamento de valores entre 5% e 10% dos contratos e chegaram a solicitar que a empresa investigada apresentasse orçamento com valor maior, ampliando o índice, que eram depositados em conta bancária indicada pelos envolvidos.
Se confirmada as denúncias podem levar a processo pelos crimes de peculato, associação criminosa, corrupção ativa ou passiva e fraude em licitações, com penas máximas de até 32 anos de prisão.
Abordado pela reportagem do Jornal Atos, Leo Fênix negou as acusações e disse que seus advogados estão analisando o caso.