Cachoeira decreta situação de emergência econômico-financeira
Município traça plano de medidas para conter gastos no início de mandato; déficit ultrapassa R$ 70 milhões

Lucas Barbosa
Cachoeira Paulista
Com uma dívida municipal que ultrapassa R$ 70 milhões, o prefeito de Cachoeira Paulista, Edson Mota (PR), decretou no último dia 2 situação de emergência econômico-financeira. O decreto também anuncia a implantação de uma politica de contenção e redução de despesas.
Greve dos funcionários da Santa Casa, atraso na coleta de lixo e falta de pagamento dos servidores municipais. Esses são alguns dos problemas que a população de Cachoeira foi obrigada a conviver nos últimos anos.
Para tentar reverter ou pelo menos amenizar a situação, o novo chefe do Executivo decretou, em sua primeira semana à frente do município, situação de emergência econômico-financeira. O documento justifica que um dos fatores para a tomada da medida foi a diminuição dos recursos do FPM (Fundo de Participação do Municípios). O decreto ressalta que a cidade “também enfrenta grave crise financeira, com valores elevados, de dívidas com empresas com a Sabesp, Bandeirantes Energia, dívida de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), precatórios e péssimas condições estruturais de todos os setores e órgãos municipais”.
Entre as medidas, se destacam a suspenção do pagamento de horas extras e celebração de novos convênios, redução de despesas com manutenção de automóveis, redução de ligações telefônicas, diminuição de despesas com eventos e festividades culturais esportivas e recreativas.
Para enxugar ainda mais as despesas, a Prefeitura dará início aos cortes nos cargos comissionados, principalmente nos cargos de secretários adjuntos. Já os chefes das pastas deverão obrigatoriamente renegociar com os fornecedores para tentarem conseguir comprar materiais e equipamentos por um preço mais econômico.

A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito Edson Mota, mas até o fechamento desta edição ele não foi localizado. Pela segunda vez no ano, a reportagem foi informada pelo setor de atendimento telefônico que não possui informação de onde está funcionando o departamento de Comunicação.
Déjà vu – O início do mandato de Mota é uma repetição da situação encontrada por João Luiz Ramos (PSB) em janeiro de 2013. Na época, o Jornal Atos publicou uma matéria em janeiro de 2013 que mostrava o cenário caótico da Prefeitura de Cachoeira Paulista, herdado da gestão de Fabiano Vieira. Além de uma dívida da Santa Casa, que ultrapassava R$ 30 milhões, o Município estava endividado com diversos fornecedores.
Na ocasião, o chefe do Executivo afirmou que além de carros totalmente sucateados, até mesmo um pé de maconha foi encontrado na garagem municipal.
Quatro anos depois, o panorama econômico é quase o mesmo. Durante sua cerimonia de posse, Mota chegou a falar que recebeu a cidade com uma dívida superior a R$ 45 milhões, com R$ 22 milhões em precatórios, R$ 3 milhões em fornecedores, R$ 18 milhões em conta de água e R$ 2 milhões de energia. O valor foi elevado a R$ 70 milhões no último dia 3, data da publicação do decreto.