Abaixo-assinado online tenta salvar Estação Ferroviária de Cachoeira

Há 140 anos abandonado, local tem mato alto e ocupação de dependentes químicos

A Estação Ferroviária de Cachoeira Paulista, que há décadas aguarda ação de restauração do poder público (Foto: Arquivo Atos)

Jéssica Dias
Cachoeira Paulista

A Estação Ferroviária de Cachoeira Paulista, que sofre há anos com o abandono, pode ganhar um novo capítulo. Moradores da região assinaram uma petição para que o local seja restaurado e transformado em um centro de multiuso.

A construção, de 1855 e tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) em 1982, foi administrada por anos pela empresa MRS Logística, que detém a concessão sobre a ferrovia que corta o município. Depois de uma série de ações, a Prefeitura conseguiu, ao final de 2010, a posse do local.

O criador da petição online, que já chegou a 730 assinaturas, Érick Zacaro, 24 anos, é morador de Guaratinguetá e garante que a ação visa a recuperação da Estação para utilização da Região Metropolitana do Vale do Paraíba. “Eu sou uma pessoa bastante apaixonada pelo Vale, pelo histórico, e faz muitos anos que eu vejo que a Estação está abandonada e resolvi tomar uma iniciativa e fazer o abaixo-assinado”.

Em 2017, Zacaro tentou contato com o gabinete do prefeito Edson Mota (PL) para saber se o Executivo tinha algum projeto para a restauração do local, mas não foi atendimento.

Histórico – Um projeto de 2013 para a restauração do prédio continua parado. A ideia é transformar a estação em um museu, mas vários projetos de recuperação foram apresentados em governos anteriores e nenhum obteve futuro. Em 2017, uma matéria do Jornal Atos abordou uma conversa entre Mota e o deputado federal Márcio Alvino (PR) para captação de recursos para que a estação fosse restaurada e o local transformado em Museu Nacional dos Ferroviários, mas nenhuma outra notícia sobre o projeto foi divulgada. Em 2013, a recuperação do local foi orçada em R$ 30 milhões.

Quem passa pelo local, de 165 anos, encontra mato alto, lixo e sinais da ocupação de dependentes químicos na segunda maior estação do estado de São Paulo (atrás apenas da Estação da Luz, na Capital). No prédio não há mais vidros, portas e janelas. Boa parte do material foi roubadas.

Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a Prefeitura não respondeu à redação sobre a ação popular.

 

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