Justiça adia julgamento de envolvidos na “Máfia da Feira Livre” de Aparecida
Esquema de venda espaços entre barracas da feira por até R$ 100 mil foi descoberto em 2014 e levou grupo para prisão; vereador afastado e ex-secretários respondem processo em liberdade
Rafael Rodrigues
Aparecida
Aparecida viveu a expectativa nos últimos dias do julgamento, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, do ex-secretário municipal João Luiz Mota, do vereador afastado Élcio Ribeiro Pinto, o Elcinho (PR), de jornalistas e funcionários públicos municipais acusados de crimes de corrupção na ação que ficou conhecida como o “Caso da Feira Livre” ou “Máfia da Feira”.
O julgamento foi adiado a pedido da desembargadora relatora do caso na segunda instância, que pediu mais tempo para analisar as informações. “Estamos aguardando a confirmação da nova data. O julgamento foi adiado pela desembargadora e a expectativa é que a nova data marcada seja no final de maio, ou no máximo início de junho”, contou o advogado de defesa de Elcinho, Jeferson Monteiro.
O vereador e outras sete pessoas foram condenadas pelo envolvimento em um esquema de venda espaços na feira por até R$ 100 mil, descoberto durante uma operação em 2014 que terminou com nove presos.
A “Máfia da Feira” ficou conhecida em toda região depois que a Polícia Civil prendeu, em junho de 2014, sete pessoas acusadas de crimes de corrupção na Feira Livre da cidade.
À época, entre os detidos estavam o então vereador Élcio Ribeiro Pinto e o até então secretário de Fiscalização da Prefeitura de Aparecida, João Luiz Mota.
No ano passado, em primeira instância, mesmo após o pedido da Promotoria para arquivar o caso, a Justiça afastou o vereador, que havia sido reeleito, além da prisão do parlamentar por três anos em regime aberto.
Na mesma ação, o ex-secretário de Indústria e Comércio, João Luiz Mota ‘Dão’, foi condenado a 16 anos de prisão pela venda ilegal de espaços na feira-livre da cidade. Os outros seis condenados receberam penas que variam de três a 16 anos de reclusão.
Desde a condenação, os acusados recorrem em liberdade da decisão, mas cumprem medidas cautelares que incluem não acessar a feira da cidade, a Rádio Monumental (que teve membros envolvidos na fraude) e prédios públicos como a Prefeitura, a Câmara e a secretaria de Indústria e Comércio da cidade.