Suspeito de ordenar assassinato, vereador eleito de São Sebastião tem habeas corpus negado
Com decisão do STF, Thiago Bally segue considerado foragido da Justiça; político é apontado como mandante de execução de jovem de 22 anos
Da Redação
São Sebastião
O STF (Supremo Tribunal Federal) negou na semana passada o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do vereador eleito de São Sebastião, Thiago Alack, o Thiago Bally (PSDB), que recentemente teve sua prisão decretada devido a suspeita de envolvimento em um assassinato. Sétimo candidato mais votado na última eleição municipal, o político segue foragido da Justiça.
Proferida pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, a decisão judicial garantiu a continuidade da validade da ordem de prisão preventiva contra Bally, expedida em 30 de outubro pela juíza da Vara Criminal de São Sebastião, Glaucia Fernandes Paiva. Em seu parecer, a magistrada considerou necessário o ato, pois foi constatado que o vereador eleito esteve no local do assassinato de Victor Alexandre de Lima, 22 anos, momentos antes do crime e que a dupla havia se desentendido anteriormente. O rapaz foi morto a tiros, na tarde de 6 de abril, em uma chácara na rodovia Doutor Manoel Hipólito do Rego, no bairro Juquehy, em São Sebastião.
Frustrando os planos dos advogados de defesa do político, o ministro do STF considerou não ser possível conceder o habeas corpus, pois “a prisão cautelar justifica-se pelo risco de reiteração delitiva, garantia da ordem pública e aplicação da lei penal, pois consta dos autos que o Bally teve a prisão preventiva decretada em razão de ser o possível mandante de homicídio qualificado” (trecho da decisão).
Com o veredicto de Gilmar Mendes, o vereador eleito permanece considerado foragido da Justiça e sujeito à prisão preventiva. Na tentativa de capturar o político, a Polícia Civil mantém buscas por São Sebastião e demais cidades do Litoral Norte.
Crime – Segundo o relatório final da Polícia Civil de São Sebastião, Victor Alexandre recebeu em 6 de abril uma ligação para comparecer a uma chácara no Juquehy para tratar sobre uma venda. No imóvel, a vítima foi recebida por Maiquel Douglas Pires Ferreira, que posteriormente confessou à polícia que foi o responsável por matá-lo. No entanto, o atirador, que permanece preso, alegou que agiu em legítima defesa. Já em seu depoimento, Bally afirmou que esteve próximo à chácara momentos antes do crime apenas para ajudar uma pessoa que estava com problemas mecânicos no carro.
No entanto, na denúncia enviada à Justiça, o MP-SP (Ministério Público São Paulo) alegou que um trabalho investigativo apontou que o vereador eleito foi o mandante do assassinato. A motivação da execução teria sido o fato de que ele havia recebido informações de que Victor Alexandre planejava sequestrar sua filha.