Potim registra aumento de 500% em números de homicídios dolosos

Delegado afirma que maioria das vítimas tinha envolvimento com o tráfico

Lucas Barbosa
Regional

Um levantamento da secretaria de Segurança Pública do Estado, divulgado na última terça-feira, apontou que diversas cidades da região registraram um aumento de homicídios dolosos, quando há a intenção de matar, nos nove primeiros meses do ano, comparado ao mesmo período de 2015. Potim foi a cidade da região com o maior aumento porcentual de casos, enquanto Cachoeira Paulista foi à única que não registrou assassinatos.

Mesmo com uma redução de 9,6 % do número de homicídios dolosos, que passaram de 299 para 270, de janeiro a setembro nos últimos dois anos, o Vale do Paraíba segue como a região mais violenta do interior do Estado.

De acordo com o levantamento, enquanto durante todo o ano passado Potim teve apenas um homicídio, registrado em abril, em 2016 o número de casos já chega a seis. Com o aumento de 500%, o delegado da Polícia Civil de Potim, Jair Ramalho, revelou o perfil das vítimas. “Tirando uma vítima de crime passional, as investigações apontam que os demais, todos jovens, tinham de alguma forma envolvimento com o tráfico de drogas. Os inquéritos ainda estão em andamento, mas possivelmente alguns tenham sido atos de vingança contra assassinatos anteriores”.

O delegado comentou os caminhos para conter o aumento de casos. “Infelizmente, muitos jovens abandonam o estudo para entrarem no tráfico de drogas, e neste caminho acabam entrando em disputa com outros criminosos, principalmente por pontos de vendas ou dívidas. O País precisa avançar em questões sociais, principalmente na educação, para que estas vítimas nem cheguem a entrar no mundo do crime. Em relação ao trabalho policial, tanto a Civil como a Militar estão fazendo todo o possível, mas homicídio é um crime difícil de evitar, pois não tem como prever quando e aonde vai acontecer”.

Atrás de Potim, Pindamonhangaba e Lorena registraram o maior aumento porcentual de homicídios dolosos, atingindo 20%. Nos primeiros nove meses do ano passado, 21 pessoas foram assassinadas em Pindamonhangaba, enquanto este ano o número chega a 24. Já Lorena, no mesmo período, o número passou de 15 para 18 vítimas.
Na contramão das cidades vizinhas, Cachoeira Paulista e Canas foram as únicas cidades da região em que não houve registros de homicídios.

Outras cidades – Segundo o levantamento do Estado, nos primeiros nove meses deste ano, os registros de homicídios na região foram: Aparecida (6), Cruzeiro (4), Lavrinhas (2), Cunha (2), Guaratinguetá (13), Piquete (1) e Roseira (2).

Atuação – Em nota oficial, a Companhia de Policiamento do Interior da Polícia Militar afirmou que realiza o monitoramento constante das áreas com maior incidência de homicídios, inclusive com a intensificação do policiamento. A nota ressalta que no período correspondente aos indicadores divulgados, a PM realizou mais de 1,4 milhão de intervenções policiais na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, o que representa uma média 158 mil por mês e quase 12 mil por dia.

A PM afirmou ainda que mesmo apesar do período de crise que o País atravessa, o que acaba repercutindo em indicadores sócios econômicos e nos indicadores criminais, a PM manterá sua estratégia de monitoramento constante dos indicadores criminais e operacionais, e intensificando as ações de policiamento da Região Metropolitana, como nas ações de aproximação comunitária e de prevenção primária como Proerd (Programa Educacional de Resistências às Drogas e Violência), Vizinhança Solidária e Conseg (Conselhos Comunitários de Segurança).

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