Número de vítimas de assassinato cresce na região em 2021

RMVale contabiliza 290 mortos entre janeiro e outubro; Cruzeiro segue como a terceira cidade mais violenta

Viatura da Polícia Militar; assassinatos crescem na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte em 2021 (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
RMVale

Dados divulgados pelo Governo do Estado na última semana de novembro revelaram que a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) registou nos primeiros dez meses do ano um aumento de 5% no número de vítimas de assassinato, em comparação ao mesmo período de 2020. Com trinta moradores mortos, Cruzeiro se mantém como a terceira cidade mais violenta da região.

De acordo com o levantamento da SSP (secretaria de Segurança Pública do Estado), a RMVale entre janeiro e outubro contabilizou 290 vítimas de assassinato, sendo 280 de homicídio doloso (quando existe a intenção de matar) e dez de latrocínio (roubo seguido de morte). O montante supera em 14 casos o registrado na mesma época do ano passado, que foi de 276, sendo 269 homicídios dolosos e 7 latrocínios.

Com 42 moradores assassinados, Taubaté lidera a lista na região. Na vice-liderança, aparece São José dos Campos com quarenta vítimas fatais. Ocupando a última posição do pódio, Cruzeiro registrou um aumento de 25% no número vítimas de assassinato em comparação ao ano passado, saltando de 24 para 30 ocorrências. No comparativo apenas entre os meses de outubro, o índice de crescimento de mortes violentas atingiu a marca de 200%, passando de 1 para 3.

O último caso registrado em outubro no município ocorreu no fim da manhã do dia 31, vitimando o morador do bairro Jardim América, José Roberto da Silva, que tinha 36 anos. Segundo o boletim de ocorrência, o homem assistia a uma partida de futebol no campo Luiz Pazzini, no bairro Vila Novaes, quando ao deixar o local, foi surpreendido por dois atiradores encapuzados num trecho da rua Telesforo Siqueira.  Atingido por nove disparos de arma de fogo, o rapaz não resistiu aos ferimentos, morrendo antes da chegada do resgate. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil de Cruzeiro.

Fechando a lista das cinco cidades mais violentas da região, aparecem Pindamonhangaba, com 29 vítimas, e Caraguatatuba, que teve 24 registros.

Os demais municípios da RMVale que tiveram moradores assassinados nos primeiros dez meses de 2021 foram: Jacareí (19), Guaratinguetá (14), Lorena (14), Ubatuba (12), Caçapava (11), Potim (7), São Sebastião (7), Cachoeira Paulista (5), Ilhabela (5), Cunha (4), Redenção da Serra (4), Tremembé (4), Campos do Jordão (3), Aparecida (2), Natividade da Serra (2), Lagoinha (2), Igaratá (1), Piquete (1), Queluz (1) e Roseira (1) e São Bento do Sapucaí (1).

Preocupação – Um levantamento produzido na última semana pelo jornal “OVALE”, de São José dos Campos, revelou que a RMVale tem cinco das 13 cidades do estado com a maior taxa de vítimas de homicídio doloso por 100 mil habitantes. O estudo analisou o número de mortes violentas em sessenta cidades paulistas, com população superior a cem mil, entre novembro de 2020 e outubro de 2021.

O levantamento apontou que Caraguatatuba possui a situação mais preocupante de São Paulo, liderando o ranking através de uma taxa de 25,91. Na sequência, aparecem Pindamonhangaba (23,43) e Guaratinguetá (19,82).

Os dois outros municípios da região com maior índice de vítimas são Taubaté (16,67), na sétima posição, e Jacareí (10.78), que ocupa a 13ª colocação.

Redução – Na contramão da maioria das cidades da RMVale, Lorena teve uma queda considerável de crimes contra a vida nos primeiros dez meses de 2021. Apontada por um estudo do Instituto “Sou da Paz” como a cidade mais violenta do estado em 2017, Lorena alcançou em 2021 uma redução de 26% de vítimas de assassinato em comparação a mesma época de 2020, caindo de 19 para 14 casos.

Durante entrevista ao programa Atos no Rádio na última terça-feira (30), o secretário de Segurança, Alfredo Pereira, comentou sobre as estatísticas. “Nos últimos anos, o número de mortes violentas tem caído de forma significativa em nossa cidade, que no passado já chegou a ter entre quarenta e cinquenta assassinatos num único ano. Essa redução é fruto de um trabalho conjunto que envolve as polícias Civil e Militar e a Prefeitura, através de seus projetos sociais e ações de Segurança Pública. Continuaremos empenhados em contribuir para que muitas vidas sejam preservadas”.

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