Estado direciona apenas 1,8% dos policiais contratados desde 2011 para o Vale

Viatura da Polícia Civil durante ocorrência próximo a feira livre;
Viatura da Polícia Civil durante ocorrência em Lorena; apenas 1,8% dos policiais contratados são enviados para a região (Foto: Arquivo Atos)

Da Redação
Região

Enquanto os índices da criminalidade continuam assustando os moradores da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), o Estado não parece direcionar atenções para às demandas dos municípios valeparaibanos. Dos 31.957 novos policiais contratados pelo governo estadual entre os anos de 2011 e 2017, apenas 598, equivalente a 1,8% do reforço total, foram enviados à região.

De acordo com dados de um levantamento da secretaria de Segurança Pública do Estado, nos últimos sete anos, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) contratou 24.311 policiais militares, 4.807 policiais civis, 1.935 bombeiros, e 904 técnicos científicos. Mas o Vale do Paraíba recebeu um índice bem inferior, com 272 PMs, 196 policiais civis, 85 técnicos científicos e 45 bombeiros.

A Acadepol (Academia de Polícia do Estado de São Paulo) formou em setembro 588 policiais civis, que foram encaminhados para todo o Estado. A região recebeu 13 deles (2%).

No início de novembro, o Jornal Atos publicou uma matéria que mostrava como a Polícia Civil enfrenta as dificuldades com a baixa no efetivo. Com um déficit de 12.705 cargos, que deve crescer até o fim do ano, a Polícia Civil de São Paulo cobra a contratação imediata de novos profissionais e melhores condições de trabalho, na RMVale, que tem hoje saldo negativo de 240 postos.

Um levantamento divulgado pelo Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) revelou que na RMVale a função que conta com mais déficit é a de investigador, que chega a 129 postos. Na sequência, aparecem agente policial (82), papilocopista (21), delegado (14), escrivão (37) e auxiliar de papilocopista (25). Já os cargos de carcereiro e agente de telecomunicações contam com o número adequado de profissionais.

De acordo com a presidente do Sindpesp, Dra. Raquel Gallinati, a expectativa é que o déficit cresça nos próximos meses, chegando a quase 15 mil, já que além de 547 afastamentos por motivo de doença, outros 1.539 policiais apresentaram pedidos de aposentadoria.

A RMVale continua como líder absoluta no índice de homicídios no interior do estado. No índice proporcional (números referentes a cada cem mil habitantes), a região tem mais do que o dobro do índice da capital paulista (são 14,76 assassinatos a cada 100 mil habitantes, contra 8,24 do estado e 6,69 da capital).

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