Atos e Fatos

“Eduquem as crianças, e não será necessário punir os adultos”
Pitágoras

Márcio Meirelles

Sala de aula com alunos e professor, exemplo da realidade antes da pandemia (Foto: Reprodução EBC)

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA OU ENSINO À DISTÂNCIA?

A pandemia do novo coronavírus forçando o país a se reinventar.
A educação não seria excluída desse revolucionário pandemônio.
Escola é criança, jovens, aglomerações, algazarras, numa época de isolamento, afastamento, reclusão.

Nada mais triste, uma escola sem alunos.

A tristeza das escolas, um silêncio de corredores vazios, salas fechadas, carteiras vazias e uma grande dúvida: como educar?
Como estamos na era da computação o caminho mais curto e emergencial para resolver a questão: o ensino on-line.

O vírus tem mostrado ao país, e a esperança de que o aprendizado seja útil, é paradoxal, pois falar em educação à distância, via internet, quando 49% das escolas no Brasil não possuem rede de esgoto; 26% não tem água limpa e encanada e 20% não tem banheiro.

Se não bastasse a falta destas condições básicas no país, verificou-se no estado de São Paulo, perto de 2 milhões de alunos, mais da metade dos 3,7 milhões, não conseguem acessar equipamentos eletrônicos, por falta do computador e da rede internet.

Se não bastasse estas condições técnicas para o aluno, o professor também não tem acesso a uma rede eficiente, pois o uso da educação à distância, via internet, necessita de ligações de última geração, pois, caso contrário, o professor não tem como interagir com o aluno, tirar uma dúvida. O sistema torna-se instável e as interrupções são constantes. Resultado: uma aula (?) dispersa!

Se não bastasse a falta de infraestrutura a educação à distância exige do professor treinamento especial e muitos não se adaptam. Este número é assustador: 83% dos professores se sentem despreparados para essa nova missão e sofrem como os alunos com referência a instabilidade do sinal de internet.

“Não há futuro para um país sem educação!”

Se não bastasse todos estes empecilhos, como recuperar o conhecimento destes alunos e como avaliá-los? Aprová-los para a série seguinte e depois recuperar o conhecimento perdido?

A amarga experiência que atravessamos não será suficiente para enfrentar o que virá pela frente.

O governo, não os especialistas, fala na criação de um sistema híbrido: educação presencial com proteção do professor e do aluno, com o uso de máscaras, distanciamento, revezamento de presença e uma outra parte do curso virtual.

O interessante, estes modelos inspirados em experiências usadas pela Finlândia e Coreia do Sul, países que fizeram da educação básica um elemento de salto para o desenvolvimento do país.

Pelos mortos da pandemia e pelos alunos que não assistem aula, por não terem computador, uma tristeza profunda para os educadores em um país que terá em menos de dois anos o quarto Ministro da Educação.

A educação nunca foi prioridade para os governos onde nos preocupamos com os ministros que fazem turismo no ministério e a pergunta que não quer se calar: onde está a Reforma da Educação aprovada pelo Congresso Nacional no governo Temer do excelente ministro Mendonça?

Falar em aproveitar o momento para um salto na educação, tão esperado e nunca alcançado, com ministro de origem estrangeira; ministro sem compostura e educação e por último, um ministro (exerceu o cargo por cinco dias) plagiador de teses e falsificador de curriculum.

Explicou, muito mal, as suas falsificações curriculares, e a compra de computadores pelo Ministério da Educação apontadas pela Controladoria da União quando exercia um cargo de direção no Ministério da Educação.

Que experiência o país absorverá desta pandemia e como dar um salto de eficiência educacional se não temos a capacidade de escolher um ministro da Educação.

As autoridades precisam entender a diferença entre o ensino à distância e educação à distância, pois o que o governo está praticando é o famoso solucionador de problemas políticos, o sucessor do jeitinho brasileiro: “alguma coisa precisava ser feita”.

Não é educação à distância e muito menos ensino à distância.

 

 

 

“Não há futuro para um país sem educação!”

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