Com dívida de R$ 205 milhões, Thales destaca ano para “apagar incêndios” em Cruzeiro

Primeiro ano de mandato inicia com orçamento anual comprometido e dificuldades em atendimento primário; período para renegociação e parcelamento de dívidas

O prefeito Thales Gabriel, que assumiu Cruzeiro com uma dívida de R$ 205 milhões; "momento de apagar incêndio" (Foto: Andreah Martins)
O prefeito Thales Gabriel, que assumiu Cruzeiro com uma dívida de R$ 205 milhões; “momento de apagar incêndio” (Foto: Andreah Martins)

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Pouco mais de uma semana após assumir a chefia de uma das prefeituras mais problemáticas da região, Thales Gabriel Fonseca (SD) divulgou na última sexta-feira que a dívida de Cruzeiro gira em torno de R$ 205 milhões. Nesta segunda-feira, em entrevista exclusiva ao Jornal Atos, ele frisou que o trabalho no primeiro ano de mandato deve ser de organização das finanças, ainda sem conseguir colocar o plano de governo em prática.

O novo prefeito destacou que os primeiros dias de mandato tem sido para “apagar incêndios”. Entre as prioridades, o pagamento dos servidores. Com R$ 1,5 milhão disponível no tesouro para o cumprimento de obrigações, Thales optou por liberar 50% do salário referente a dezembro. Segundo ele, a folha gira em torno de R$ 4 milhões.

A decisão foi duramente questionada, principalmente pelos funcionários da área da educação, que esperavam que seus salários estariam garantidos pela verba do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Thales explicou que pegou a conta “praticamente no zero” e que a verba referente ao ano passado foi gasta em sua totalidade até o final de novembro. Ainda será apurado em que foram aplicados os valores.

Além do problema com dívida total do Município, que ultrapassa em R$ 53 milhões o orçamento anual previsto (de R$ 170 milhões), 2017 já iniciou com um déficit de R$ 22,8 milhões entre gastos com funcionários e fornecedores. O montante compreende o salário em atraso, o vale alimentação, que vence no 15º dia útil e os consignados, descontados dos holerites e não repassados ao banco.

“Acabou ficando para nós esses dois vales alimentação, uma folha de pagamento e os consignados todos. Isso deve gerar em torno de uns R$ 8 milhões, quase um mês de orçamento da Prefeitura”, explicou o prefeito.

O chefe do Executivo afirmou que a transição foi facilitada com Rafic Simão (PMDB) à frente da Prefeitura no último mês de mandato, o que deu margem para o conhecimento da situação real do município. O ex-prefeito foi quem decretou o estado de calamidade financeira, que não será revogado tão cedo. O decreto possibilita a suspensão de pagamento de fornecedores e dá folego para a renegociação de dívidas.

Uma comissão foi formada para a gestão de contratos e os restos a pagar. A análise de um por um, deve mostrar tudo que é devido, o que deve pode ser renegociado por pagamento parcelado.

Serviço – Com o orçamento de 2017 totalmente comprometido, o prefeito garantiu apenas cumprir com os serviços essenciais, como coleta de lixo, limpeza urbana, merenda escolar e atendimento na saúde.

As obras que devem avançar são somente aquelas com verbas específicas de convênios, diretamente destinadas. Entre elas, a creche da Vila Romana, a UBS (Unidade Básica de Saúde) da Lagoa Dourada e a reforma do Centro de Saúde da rua Joaquim do Prado, a Rua 10.

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